Universidades federais terão corte de quase R$ 500 milhões no orçamento de 2026

24/12/2025
UFRJ, maior universidade do país, vive crise financeira — Foto: Reprodução/TV Globo
UFRJ, maior universidade do país, vive crise financeira — Foto: Reprodução/TV Globo

Por Revista Formosa

O orçamento destinado às universidades federais em 2026 sofrerá uma redução próxima de R$ 500 milhões, conforme avaliação da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). 

O corte está previsto no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) aprovado pelo Congresso Nacional e, segundo a entidade, aprofunda dificuldades já enfrentadas pelas instituições.

De acordo com a Andifes, a diminuição corresponde a uma queda de 7,05% nos recursos discricionários, que são utilizados para despesas básicas e indispensáveis ao funcionamento das universidades, como pagamento de água, energia elétrica, manutenção predial, concessão de bolsas acadêmicas, compra de insumos para pesquisa e aquisição de equipamentos. 

A entidade avalia que a medida agrava um contexto financeiro considerado crítico.

Inicialmente, o PLOA 2026 previa um montante de R$ 6,89 bilhões para as 69 universidades federais do país. Após a tramitação no Congresso, o valor aprovado foi reduzido em R$ 488 milhões, ficando em torno de R$ 6,43 bilhões. 

Em nota, a Andifes afirma que o ajuste atinge ações essenciais e impacta diretamente a rotina administrativa, acadêmica e científica das instituições.

Um dos setores mais afetados, segundo a associação, é a assistência estudantil, considerada estratégica para garantir a permanência de estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Somente nessa área, o corte é estimado em cerca de R$ 100 milhões, o que representa uma redução de aproximadamente 7,3%. 

O impacto compromete a execução da nova Política Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), instituída pela Lei nº 14.914/2024, e pode frear avanços relacionados à democratização do acesso e da permanência no ensino superior público.

A Andifes também destaca que, caso não haja recomposição dos valores, o orçamento de 2026 ficará nominalmente abaixo do executado em 2025, sem considerar os efeitos da inflação e os reajustes obrigatórios de contratos, especialmente os ligados à mão de obra terceirizada.

O cenário se torna ainda mais delicado diante de reduções semelhantes nos orçamentos de agências de fomento à pesquisa, como a Capes e o CNPq.

Para a entidade, a limitação de recursos ameaça o pleno desenvolvimento das atividades de ensino, pesquisa e extensão, além de colocar em risco a sustentabilidade administrativa das universidades federais e a permanência de estudantes em situação de vulnerabilidade. 

A associação avalia que a restrição orçamentária também traz prejuízos ao desenvolvimento científico e tecnológico do país, com reflexos na soberania nacional.

Apesar de reconhecer o diálogo mantido com o Ministério da Educação e a sensibilidade demonstrada pela pasta diante do cenário, a Andifes defende a adoção de medidas urgentes para recompor o orçamento aprovado pelo Congresso. 

A entidade afirma que seguirá atuando junto ao governo federal e ao Legislativo em defesa do financiamento adequado das universidades federais, da pesquisa científica, da educação superior pública e do cumprimento do papel constitucional do Estado na promoção da ciência, da educação e da redução das desigualdades sociais e regionais.

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