Trigo, milho e soja estão cada vez mais caros no mundo

02/05/2022
A colheita de trigo no Brasil pode avançar graças a pesquisa e inovação | Foto: Jair Ferreira Belafacce/Shutterstock
A colheita de trigo no Brasil pode avançar graças a pesquisa e inovação | Foto: Jair Ferreira Belafacce/Shutterstock

Por Revista Formosa

As cotações dos grãos (trigo, milho e soja) atingiram níveis próximos dos mais altos da história no mercado internacional em abril. As razões encontram-se na guerra da Ucrânia, na boa demanda por produtos americanos e nos problemas climáticos que prejudicaram as colheitas na América do Sul.

Isso reduz as margens de processamento, encarece as carnes e pressiona os índices inflacionários globais, que estão em patamares recordes. Quem ganha nesse jogo são os produtores e tradings (vendedores). No Brasil, a indústria reclama do aumento de custos, o poder aquisitivo da população está em queda, mas existe a expectativa de que o processo de alta dos alimentos seja contido, especialmente nas análises do Banco Central e de parte dos economistas.

Guerra afeta trigo e milho

O milho novamente encerrou o mês com preço médio maior que em abril para os contratos futuros na Bolsa de Chicago, principal referência para as cotações do mercado. Foi o sétimo mês seguido de valorizações, com a segunda maior média da história, perdendo apenas para agosto de 2012. A soja ficou estável, porém com valores muito altos. Depois de cinco meses seguidos de aumentos, ficou apenas 1% menor do que o recorde histórico de setembro de 2012. E o trigo caiu um pouco, mas nada que possa aliviar os custos da farinha e dos alimentos derivados, como massas, pães, bolos e biscoitos. No Brasil, há otimismo com os resultados sobre pesquisa e inovação nessa área.

A guerra na Ucrânia atinge com maior intensidade os mercados de trigo e milho porque a Rússia e a Ucrânia concentram uma grande parcela das exportações desses dois cereais - 30% e 20%, respectivamente.

A soja sofre os efeitos das quebras de safra no Sul do Brasil, na Argentina e no Paraguai em 2021/22. Para os três grãos, as cotações nos próximos meses estarão fortemente vinculadas às exportações americanas e às perspectivas de plantio nos EUA na temporada 2022/23.