Tarcísio não decola sem Bolsonaro

Por Revista Formosa
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), tem sido apontado por setores do Centrão e da Faria Lima como o nome mais "palatável" da direita para disputar a Presidência em 2026.
Segundo aliados, ele já admite a possibilidade de entrar na corrida. Mas há um obstáculo central: Jair Bolsonaro.
Tarcísio sabe que seu projeto nacional só avança com o apoio explícito do ex-presidente.
Não apenas por respeito à liderança que o lançou na política, mas porque qualquer movimento sem esse aval seria arriscado demais.
Abrir mão da reeleição praticamente garantida ao governo paulista para disputar a Presidência sem o "selo Bolsonaro" é visto como um salto no escuro.
Bolsonaro, por sua vez, segue mostrando que ainda é o eixo da direita.
A frase que ele repete — "o Brasil tem três opções: Jair, Messias e Bolsonaro" — evidencia sua intenção de permanecer como protagonista, mesmo diante das incertezas jurídicas.
Seus aliados insistem que ele não pretende indicar ninguém e que espera recuperar seus direitos políticos. Segundo eles, "quem decide é o povo".
Nesse ambiente, ganha força entre seus apoiadores a percepção de que setores do Judiciário, especialmente sob decisões do ministro Alexandre de Moraes, agem de forma excessivamente dura contra Bolsonaro.
Para esse grupo, qualquer medida que possa resultar numa eventual prisão é vista como tentativa de retirá-lo da disputa eleitoral.
A comparação feita por seus simpatizantes — de que Bolsonaro estaria sendo tratado como se fosse líder de facção — reforça a narrativa de que há desproporção e ameaça ao processo democrático.
Enquanto isso, os demais nomes cotados para 2026 não avançam.
Governadores como Ronaldo Caiado (UB), Romeu Zema (Novo), Ratinho Jr. (PSD) e o próprio Tarcísio seguem estagnados.
Falta-lhes, para muitos, o elemento que impulsionou a direita desde 2018: a bênção de Bolsonaro.
Nas ruas e nas redes, cresce o coro: "Sem Bolsonaro candidato, isso é golpe."
A avaliação pode ser emocional, mas mostra um fato político real — sem ele no jogo, qualquer articulação enfrenta resistência dentro da própria base.
Tarcísio tem boa avaliação e trânsito entre diferentes grupos. Mas sabe que, na prática, a equação de 2026 ainda tem um dono. E, por enquanto, esse dono não demonstra intenção de abrir mão do comando.

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