Submarino nuclear: Casal ‘espião’ tentou vender segredos dos EUA ao Brasil

18/03/2022

Por Revista Formosa

Quando se pensa nos Estados Unidos, a lista de "desafetos", como China e Rússia, é longa. Apesar disso, fatalmente, o Brasil não faz parte dessa relação. Ainda assim, um casal dos EUA tentou vender informações ultrassecretas da Marinha do país norte-americano ao governo brasileiro em abril de 2020 para facilitar a construção de submarinos nucleares.

A história já era de conhecimento público, mas o jornal The New York Times noticiou, nesta terça-feira (15/3), que o alvo de Jonathan e Diana Toebbe era o Brasil, o que ainda era mantido em sigilo.

Jonathan trabalhava como engenheiro naval e sabia detalhes do design desses submarinos, expertise que boa parte dos países ao redor do globo não têm. Para tentar ganhar dinheiro, a ideia do casal Toebbe era vender os documentos roubados da Marinha dos EUA a um país longe dos holofotes, como o Brasil.

A Marinha Brasileira trabalha há muitos anos para tentar construir um submarino nuclear. A ideia ganhou força no governo do Lula (PT), quando a ideia era inaugurar o veículo em 2029 para facilitar a vigilância do pré-sal no Atlântico.

Mas, os planos dos Toebbe caíram por terra quando a inteligência brasileira acionou o FBI para denunciar o casal. Daí, a agência de investigação dos EUA deslocou um agente para se passar por um representante do Brasil interessado na documentação, que enganou os espiões.

A prisão aconteceu após o engenheiro naval largar os documentos dentro de um sanduíche de pasta de amendoim no estado da Virgínia Ocidental. Jonathan já foi condenado a 17 anos e seis meses de prisão. Sua esposa cumprirá três anos.

No mês passado, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) visitou o presidente da Rússia Vladimir Putin em Moscou. Uma das pautas da agenda foi um estreitamento entre os países para avanço da tecnologia nuclear no Brasil.