Sob impacto de tarifas dos EUA, setor madeireiro brasileiro corta 4 mil postos de trabalho

17/09/2025

Por Revista Formosa

A indústria de madeira processada do Brasil já soma cerca de 4.000 desligamentos em função das tarifas impostas pelo governo Donald Trump. 

A informação foi divulgada nesta terça-feira (16) pela Abimci (Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente).

Tradicionalmente, os Estados Unidos compravam em torno de metade da produção nacional do segmento. 

No entanto, após a aplicação da nova taxa em agosto, exportadores relatam forte retração nas vendas e cancelamento de contratos.

Segundo a Abimci, o setor emprega aproximadamente 180 mil trabalhadores formais. Assim, as demissões já registradas representam perto de 2% desse total.

Entre 9 de julho, quando foi anunciado o tarifaço, e a última segunda-feira (15), além das demissões, cerca de 5.500 empregados entraram em férias coletivas e outros 1.100 estão em regime de lay-off (suspensão temporária de contrato).

A entidade empresarial estima que, caso a situação não seja revertida, mais 4.500 vagas podem ser perdidas nos próximos dois meses.

"O cenário é resultado direto da retração do mercado iniciada em julho, quando exportações e embarques foram suspensos", declarou a associação em nota.

Os embarques para os Estados Unidos em agosto registraram queda de 35% a 50% em comparação com o mês anterior, conforme alguns dos principais produtos do setor.

A Abimci também fez críticas à postura do governo brasileiro, cobrando maior empenho em negociações com Washington. 

Para a entidade, a única saída é uma interlocução direta entre os dois países para tentar rever a política tarifária.

Cerca de 90% da produção de madeira processada está concentrada nos estados do Sul: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

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