Sob impacto de tarifas dos EUA, setor madeireiro brasileiro corta 4 mil postos de trabalho

Por Revista Formosa
A indústria de madeira processada do Brasil já soma cerca de 4.000 desligamentos em função das tarifas impostas pelo governo Donald Trump.
A informação foi divulgada nesta terça-feira (16) pela Abimci (Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente).
Tradicionalmente, os Estados Unidos compravam em torno de metade da produção nacional do segmento.
No entanto, após a aplicação da nova taxa em agosto, exportadores relatam forte retração nas vendas e cancelamento de contratos.
Segundo a Abimci, o setor emprega aproximadamente 180 mil trabalhadores formais. Assim, as demissões já registradas representam perto de 2% desse total.
Entre 9 de julho, quando foi anunciado o tarifaço, e a última segunda-feira (15), além das demissões, cerca de 5.500 empregados entraram em férias coletivas e outros 1.100 estão em regime de lay-off (suspensão temporária de contrato).
A entidade empresarial estima que, caso a situação não seja revertida, mais 4.500 vagas podem ser perdidas nos próximos dois meses.
"O cenário é resultado direto da retração do mercado iniciada em julho, quando exportações e embarques foram suspensos", declarou a associação em nota.
Os embarques para os Estados Unidos em agosto registraram queda de 35% a 50% em comparação com o mês anterior, conforme alguns dos principais produtos do setor.
A Abimci também fez críticas à postura do governo brasileiro, cobrando maior empenho em negociações com Washington.
Para a entidade, a única saída é uma interlocução direta entre os dois países para tentar rever a política tarifária.
Cerca de 90% da produção de madeira processada está concentrada nos estados do Sul: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
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