Saiba quem são os drusos e por qual razão Israel os defende
Israel tem realizado ataques na Síria para defender população drusa

Por Revista Formosa
Uma nova escalada de tensão na Síria reacendeu o foco sobre a minoria drusa e levou Israel a intervir diretamente em defesa da comunidade, após confrontos violentos na região de Sueida que envolvem milícias locais, apoiadores do governo sírio e forças sírias. Mais de 200 pessoas já teriam morrido nos embates apenas até esta quarta-feira (16).
QUEM SÃO OS DRUSOS
Os drusos são um grupo originado no Egito no século 11, adepto de uma vertente do islamismo com características rígidas. Sua tradição proíbe tanto a conversão de pessoas externas à fé quanto a saída de membros da comunidade, além de vetar casamentos fora do grupo, preservando assim sua identidade religiosa e cultural.
Cerca de 130 mil drusos vivem hoje em Israel, especialmente nas regiões do Carmelo e da Galileia. Eles são cidadãos plenos, cumprem o serviço militar israelense desde 1957 e ocupam posições de destaque nas Forças Armadas, na polícia e em outros setores de segurança do país.
Há também uma comunidade de mais de 20 mil drusos que vivem nas Colinas de Golã, território ocupado por Israel durante a Guerra dos Seis Dias, de 1967. No entanto, essa parcela drusa se identifica como síria e não possui cidadania israelense, obtendo apenas cartões de residência para viverem na região.
SOBRE O CONFLITO
Desde o último fim de semana, tribos beduínas e combatentes drusos entraram em conflito na região de Sueida, desencadeando a entrada de tropas sírias na cidade e a posterior reação israelense, que já afirmou, de maneira clara, que sua atuação tem como objetivo proteger a comunidade drusa da região, com quem mantém vínculos históricos e familiares.
Na cidade síria de Sueida, onde os drusos são maioria, a entrada das forças do governo sírio foi interpretada por líderes locais como uma tentativa de "extermínio". O termo, por sinal, foi usado pelo líder espiritual druso Hikmat Al-Hijri, que chegou a pedir publicamente proteção internacional.
"Estamos enfrentando uma guerra de extermínio completa", disse Al-Hijri, em vídeo.
O presidente sírio Ahmed al-Sharaa, que assumiu após a queda de Bashar al-Assad, tem enfrentado resistência de grupos minoritários, especialmente no sul do país, por tentar desarmar milícias drusas e buscar consolidar facções armadas sob um exército unificado. O fato de al-Sharaa ter um histórico jihadista também gera cautela entre os drusos.
E foi exatamente no âmbito desse contexto que a entrada de forças sírias em Sueida reacendeu os temores de ataques contra minorias e levou ao pedido de socorro dos drusos, o que motivou as respostas israelenses contra as forças do governo sírio para proteger a comunidade.
ATAQUE EM DAMASCO
Nesta quarta, em meio ao conflito, o Exército de Israel atacou a entrada do quartel-general militar do regime da Síria na região de Damasco.
"Seguindo as diretrizes da cúpula política, as tropas estão atacando a área e se mantêm preparadas. As tropas acompanham de perto os acontecimentos e as ações do regime contra a população civil drusa no sul da Síria", diz o breve comunicado militar israelense.
Um forte ataque israelense atingiu o Ministério da Defesa do regime sírio em Damasco. Esse ataque se realizou poucos minutos após o ministro israelense da defesa informar que os ataques contra o regime de Al-Sharaa se intensificarão, em resposta aos ataques sírios contra os… pic.twitter.com/byGsxfomRm
— Hoje no Mundo Militar (@hoje_no) July 16, 2025
O ataque desta quarta ocorreu depois que o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, ameaçou horas antes manter os bombardeios contra a Síria se as novas autoridades não abandonarem a região de Al Sueida, de população majoritariamente drusa, no sul do país.
Nesta terça (15), Israel já havia lançado vários ataques contra as tropas sírias destacadas na cidade.
Segundo informou nesta quarta o jornal The Times of Israel, líderes drusos radicados em Israel convocaram uma greve e pediram aos membros da comunidade que se unissem em solidariedade pelos que morreram em confrontos na cidade de Al Sueida.
*Com informações EFE
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