Queimadas em Formosa do Rio Preto: Defesa Civil relata combate intenso e pede conscientização da população
Confira a entrevista com Jadder Carvalho, coordenador da Defesa Civil do município
Por Revista Formosa
A Revista Formosa conversou com Jadder Carvalho, Coordenador da Defesa Civil de Formosa do Rio Preto, oeste da Bahia, sobre o aumento dos focos de incêndio no município, os desafios enfrentados pelas equipes e a importância da colaboração da comunidade nesse período crítico.
Revista Formosa: É perceptível que as queimadas aumentaram. O que a Defesa Civil tem encontrado neste período?
Jadder Carvalho: Sim, o número de focos cresceu bastante, tanto na zona urbana quanto na zona rural.
Só neste período estivemos em localidades como Caraíbas, Canadá, Agrovila Pavão, Buritizinho, Iumas, Angico, Cabeceiras, Gameleira, Quatro Cantos, além de áreas próximas à Fazenda Mocambinho, Rochedo, BR-135, setor industrial e muitos lotes dentro da cidade.
Em alguns momentos, chegamos a fechar a BR por causa da intensidade das chamas.
Revista Formosa: Quais regiões receberam maior atenção no combate?
Jadder Carvalho: Atuamos fortemente nas comunidades de Caraíbas, Cabeceiras, Angico, Malhadinha, Agrovila Pavão, Gameleira, e na área da Fazenda Mocambinho, do Dr. Hélio.
Foram pelo menos 24 dias consecutivos de combate nessas regiões rurais. Mais recentemente, estivemos em Sucuriú e também dentro da sede de Formosa.
Revista Formosa: Quem tem ajudado nesse trabalho?
Jadder Carvalho: A comunidade tem sido fundamental. Durante os incêndios próximos à localidade de Mucambinho, por exemplo, os moradores trabalharam conosco por bastante tempo.
Quero agradecer especialmente ao Rafael, gerente da fazenda, e também ao senhor Júnior de Zé Maria, pecuarista, e seus funcionários.
Eles conhecem bem a área e isso torna o trabalho mais eficaz. Tivemos ainda apoio do Corpo de Bombeiros, da Secretaria de Infraestrutura, com maquinários, e da Secretaria de Meio Ambiente, que está alinhada conosco na coordenação das ações.
Revista Formosa: E como as condições climáticas influenciam no combate?
Jadder Carvalho: A situação é complicada. As altas temperaturas, associadas à ventania, fazem com que o fogo se espalhe rapidamente, inclusive à noite.
Muitas vezes, a equipe precisa mudar o horário de combate para preservar a integridade física dos brigadistas.
Na quarta-feira (10), por exemplo, trabalhamos de 20h30 até 4h50 da madrugada, percorrendo mais de 6,5 km em áreas de morro. Não é fácil.
Revista Formosa: Qual a principal causa desses incêndios?
Jadder Carvalho: A grande maioria dos focos tem origem humana. Infelizmente, muitas pessoas ainda insistem em colocar fogo, mesmo sabendo dos riscos e das condições climáticas atuais, que tornam qualquer chama uma ameaça enorme. Por isso, pedimos a conscientização da população formosense.
Revista Formosa: Há apoio do município para enfrentar essa situação?
Jadder Carvalho: Sim. O prefeito Neo Araújo nos dá total liberdade de ação e fornece apoio em material, logística e pessoal. Também agradeço ao gestor de combustíveis, Cailton Dias de Souza, e aos mecânicos da prefeitura, que não nos deixam na mão em momentos de sufoco.
Revista Formosa: Coordenador, o senhor citou o apoio do prefeito Neo Araújo. Qual a importância desse respaldo para o trabalho da Defesa Civil?
Jadder Carvalho: O apoio do prefeito Neo Araújo tem sido essencial. Ele nos dá carta branca para atuar, garantindo material, logística e pessoal sempre que precisamos. Isso faz toda a diferença, porque enfrentamos situações difíceis e imprevisíveis.
Saber que temos esse suporte da gestão municipal nos dá segurança para trabalhar com mais eficiência e alcançar bons resultados no combate às queimadas.
Revista Formosa: Qual a mensagem final para a população?
Jadder Carvalho: Que todos entendam a gravidade desse período e não coloquem fogo.
A Defesa Civil, junto às secretarias e à comunidade, está fazendo um trabalho intenso, mas precisamos da colaboração de cada cidadão para proteger nosso município, que é o maior em extensão territorial da Bahia.
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