Pix tira R$ 1,5 bilhão de grandes bancos

19/02/2022

Por Revista Formosa

O Pix, pagamento instantâneo, movimentou em 2021 mais de R$ 1,5 bilhão nos maiores bancos brasileiros: Itaú-Unibanco, Bradesco, Santander e Banco do Brasil. Essa transferência gratuita ocupou parte das receitas anteriormente obtidas com as modalidades pagas TED (depósito no mesmo dia) e DOC (crédito no dia seguinte). Mesmo com esse impacto, os lucros totais das quatro instituições atingiram mais de R$ 120 bilhões.

O Banco do Brasil foi o mais afetado pelo Pix, e os lucros em conta corrente caíram 17% em 2021. Fausto Ribeiro, presidente do BB, disse ser natural que, a curto prazo, a conta corrente gere menos tarifas. "Estamos buscando suprir essa perda com outros serviços, com uma assessoria financeira mais forte."

O Bradesco também tem optado por novos negócios. "O trabalho é criar novas linhas de receita para compensar", afirmou Octavio de Lazari Jr, presidente do banco.

Para Sérgio Rial, presidente do Conselho do Santander, a opção é reduzir custos. "Não tem como compensar a queda de receita. Vai ter que otimizar."

O pagamento instantâneo brasileiro também apresenta, porém, um cenário de vantagens para os bancos. O Itaú, que teve o lucro com a conta corrente caindo 1,8% no ano passado, desenvolve agora uma estratégia para o crédito via Pix.

"Ainda está em fase embrionária, é uma evolução do Pix para o Pix crédito", disse o presidente do banco, Milton Maluhy. "O Pix veio para ficar. Não brigamos com o que é bom para o cliente."