Operação Sem Desconto: ex-presidente do INSS e outros nomes públicos são alvos de investigação sobre descontos ilegais

Por Revista Formosa
A Polícia Federal, em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU), deflagrou nesta quinta-feira (13) a Operação Sem Desconto, que apura um suposto esquema nacional de cobranças indevidas em benefícios previdenciários, como aposentadorias e pensões.
Entre os principais investigados estão o ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e outras nove pessoas, todas com mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça.
Ao todo, as autoridades cumpriram 63 mandados de busca e apreensão e 10 de prisão preventiva, além de outras medidas cautelares, em diversos estados: Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Distrito Federal.
Presos na operação
Os nomes confirmados entre os detidos são:
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Vinícius Ramos da Cruz, presidente do Instituto Terra e Trabalho (ITT);
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Alessandro Antônio Stefanutto, ex-presidente do INSS;
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Tiago Abraão Ferreira Lopes, presidente da Conafer (Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais do Brasil);
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Antonio Carlos Camilo, conhecido como "Careca do INSS";
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Samuel Chrisostmo do Bonfim Júnior, operador financeiro da Conafer;
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Cícero Marcelino de Souza Santos, empresário ligado à entidade;
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Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, ex-procurador-geral do INSS;
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Thaisa Hoffmann Jonasson, esposa de Virgílio;
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André Paulo Félix Fidélis, ex-diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão do INSS.
Também foi expedido mandado de prisão contra Carlos Roberto Ferreira Lopes, atual presidente da Conafer, que não foi encontrado durante as buscas.
Mandados de busca e apreensão
Outras figuras públicas também foram alvo de busca e apreensão, entre elas:
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José Carlos Ahmed Mohamad Oliveira, ex-ministro da Previdência, que deverá usar tornozeleira eletrônica;
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Deputado federal Euclydes Pettersen (Republicanos-MG);
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Deputado estadual Edson Araújo (PSB-MA);
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Anderson Pomini, presidente da Autoridade Portuária de Santos (APS).
Na residência do deputado Edson Araújo, a PF encontrou quantia em dinheiro vivo, cujo valor ainda não foi informado.
Posicionamentos e notas de defesa
O deputado Euclydes Pettersen afirmou, por meio de nota, que não possui qualquer relação com o INSS ou com as decisões administrativas do órgão, destacando que "recebe a ação com serenidade e respeito às instituições". O parlamentar reiterou ainda que nunca participou da gestão da Conafer e defendeu "investigações rigorosas e transparentes".
Em outro comunicado, Pettersen declarou acreditar "na justiça e na verdade", enfatizando que já foi alvo de duas investigações anteriores, sendo absolvido em uma e não denunciado na outra por falta de provas.
O ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, também divulgou nota afirmando que não teve acesso ao teor da decisão judicial, mas que considera sua prisão "completamente ilegal", pois vem colaborando com as investigações desde o início.
Já a Conafer, após a prisão de seu diretor Tiago Abraão, destacou o princípio da presunção de inocência e defendeu o direito à ampla defesa dos envolvidos.
A entidade afirmou que "a responsabilização individual não pode se transformar em punição coletiva" e que a suspensão de suas atividades afeta diretamente milhares de famílias rurais, povos indígenas e comunidades tradicionais beneficiadas por seus projetos.

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