Operação Faroeste: Vaza delação premiada de desembargadora

21/10/2021
Desembargadora e filho fizeram acordo de delação premiada
Desembargadora e filho fizeram acordo de delação premiada

Por Revista Formosa

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) homologou, em junho deste ano, uma delação premiada da desembargadora Sandra Inês Rusciolelli e de seu filho, Vasco Rusciolelli. Na última quinta-feira (14), o documento foi vazado para a TV Bahia. O acordo faz parte da Operação Faroeste, que um esquema de venda de sentenças, formação de quadrilha, grilagens de terra e outros crimes.

Foram mais de 600 páginas entregues ao Ministério Público Federal (MPF). A magistrada e seu filho apontam atos de corrupção de 12 desembargadores do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), além de 12 juízes, 15 advogados, 15 parentes dos envolvidos e 16 pessoas entre servidores públicos e políticos. O senador Ângelo Coronel é um dos citados.

O jornalista Allan dos Santos relembrou supostos casos de corrupção que pesam sobre o Senador Ângelo Coronel quando ele era deputado estadual e presidia a Assembleia Legislativa do Estado da Bahia (ALESB).

O jornalista lembrou que Coronel é suspeito de gastar verbas da cota parlamentar em contratos com empresas pertencentes a familiares e a um ex-assessor, além de envolver dinheiro aportado em contas offshore no Panamá. Os dados financeiros do gabinete foram perdidos por conta de um incêndio que atingiu a Assembleia Legislativa da Bahia.

Os casos são da época em que o Senador era Deputado estadual na Bahia e Presidente da Assembleia Legislativa do Estado da Bahia (ALEB). Ademais, Ângelo Coronel estaria envolvido em um esquema de venda de sentenças que chegou a espantar o Ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Og Fernandes.

Ao tentar contato com o MPF e com o STJ para confirmar detalhes da peça, a TV Bahia teve como resposta a ilegalidade do vazamento. Segundo o órgão ministerial, as colaborações premiadas são protegidas por sigilo legal até apresentação de eventuais denúncias. A Corte Superior afirmou que o vazamento da delação é ilegal.

Os acusados trataram as informações como levianas e caluniosas. Segundo a desembargadora denunciante, as decisões contrárias que tomou em desfavor de agricultores do oeste do estado a colocou em condição de oposição ao grupo.

O acordo prevê 20 anos de prisão para Sandra Inês, a serem cumpridos de forma progressiva com três meses de regime fechado. Apesar do desligamento do TJ-BA, não haverá perda do cargo para a magistrada. Seu filho seria beneficiado com 22 anos de prisão, seis meses em regime fechado.

Desde 2019 o TJ-BA investiga o suposto esquema. As apurações fazem parte da Operação Faroeste.

Com informações Jornal Opção e Terça Livre

(77) 9.9981-5189
(77) 9.9981-5189