O efeito da guerra Rússia X Ucrânia no agronegócio do Oeste Baiano

25/03/2022
Imagem ilustrativa | Plantação de Soja no Oeste da Bahia | Foto: Zé Filho/Falabarreiras
Imagem ilustrativa | Plantação de Soja no Oeste da Bahia | Foto: Zé Filho/Falabarreiras

Por Revista Formosa

Desde o dia 23 de fevereiro, a Rússia iniciou bombardeios que se espalharam por várias cidades da Ucrânia ao longo do dia, após quatro meses de crise com o Ocidente. Os dias intensos de negociação entre potências ocidentais e os russos não foram capazes de evitar um conflito.

Tais conflitos têm causado preocupação em todos os setores da economia, principalmente no setor do agronegócio, isso porque as cadeias produtivas desse setor são completamente interligadas, atravessando os três setores da economia do país - primário, secundário e terciário - o que culmina, por fim, em uma rede conectiva das esferas comerciais e industriais com a rotina no campo, em que cada evento coopera para o produto final, como uma espécie de circuito de dominó. Essa cadeia também se conecta, com a mesma complexidade, com agentes internacionais.

No Oeste Baiano, os grandes produtores do Agronegócio estão preocupados com os efeitos que a guerra pode trazer para este setor, visto que a Rússia possui alta participação mundial na produção e exportação de fertilizantes. Nesse sentido, segundo dados da Comex Stat, da produção russa no ano de 2021 cerca de 23% dos insumos foram importados pelo Brasil, que já está sofrendo com a tendência de alta dos preços dos fertilizantes.

Tendo em vista o conflito iniciado em 23 de fevereiro nos territórios ucranianos, diversos rumores a respeito da possível suspensão das vendas de insumos ao Brasil foram gerados, alterando a dinâmica produtiva para a safra de 2022/2023. O fato é que a guerra na Ucrânia pode, efetivamente, gerar problemas graves ao agronegócio brasileiro.

Plantação de Soja no Oeste da Bahia | Foto: Zé Filho/Falabarreiras
Plantação de Soja no Oeste da Bahia | Foto: Zé Filho/Falabarreiras

A Ministra da Agricultura Tereza Cristina afirmou que o Brasil tem insumos que podem abastecer a cadeia produtiva até o mês de outubro (ápice do início do plantio na maior parte do país).

Deste modo, a crise dos fertilizantes é muito preocupante, uma vez que a falta do fertilizante ou o aumento dos preços resulta em menor produtividade e aumento dos custos de produção.

A alta dos preços leva em conta, basicamente, as sanções à Rússia, que deve interromper sua produção de gás natural, assim elevando os preços desta que é a principal matéria-prima para fertilizantes nitrogenados. Isso também pode afetar os preços do carvão, que também é matéria-prima importante. O mesmo vale para o petróleo que, além de matéria-prima, também afeta os custos dos fretes.

Portanto, o conflito traz de volta a incerteza aos produtores, que almejam o fim desse conflito o mais breve possível para que possam garantir a efetividade dos contratos celebrados. Fala Barreiras