Número de desempregados no Brasil cai 10,6%

29/01/2022

Por Revista Formosa

A taxa de desocupação no País caiu de 13,1%, no trimestre encerrado em agosto, para 11,6% no trimestre encerrado em novembro, com a diminuição de 10,6% no número de desempregados, uma redução de 1,469 milhão de pessoas em busca de uma vaga. A queda em relação ao trimestre anterior foi de 1,6 ponto percentual. Mesmo assim, o País ainda tinha, em novembro, 12,405 milhões de desempregados. 

Em relação ao trimestre móvel encerrado em novembro de 2020, o número de desempregados caiu 14,5%, com 2,109 milhões de pessoas a menos na fila do desemprego. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta sexta-feira (28), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em igual período de 2020, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 14,4%. No trimestre até outubro, a taxa de desocupação ficou em 12,1%.

Segundo Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, a queda na taxa de desemprego nos últimos trimestres se deve tanto a condições relacionadas à pandemia, como o avanço da vacinação e a normalização do funcionamento de atividades econômicas, quanto à sazonalidade típica do fim do ano. Normalmente, por causa da contratação de temporários para atender o aumento da demanda nas festas de fim de ano, os últimos meses são marcados por melhorias no mercado de trabalho. "Há a incidência da sazonalidade do período. Já estamos incorporando o mês de novembro (no trimestre móvel divulgado nesta sexta)", afirmou.

Também segundo o IBGE, o Brasil tinha 94,930 milhões de trabalhadores ocupados, entre formais e informais, no trimestre encerrado em novembro de 2021. A população ocupada aumentou em 3,5% em um trimestre, o que indica a abertura de 3,205 milhões de postos de trabalho, entre formais e informais, na comparação com o trimestre móvel encerrado em agosto. Em relação a um ano antes, o total de ocupados cresceu 9,7%, indicando a criação de 8,357 milhões de postos de trabalho, entre formais e informais. Com isso, o nível de ocupação ficou em 55,1% no trimestre móvel até novembro, ante 50,8% um ano antes.

O total de trabalhadores com carteira assinada ficou em 34,224 milhões de pessoas no trimestre móvel encerrado em novembro de 2021. A variação da população ocupada nessas condições aponta para a criação de 1,330 milhão de vagas no setor privado com carteira em um trimestre, avanço de 4,0% ante o trimestre móvel encerrado em agosto. Segundo Adriana Beringuy, é a maior alta em relação ao trimestre móvel imediatamente anterior da série histórica da Pnad Contínua, iniciada em 2012. Na comparação com um ano antes, são 2,645 milhões de trabalhadores com carteira assinada a mais, alta de 8,4%.

Os dados são diferentes, tanto em termos de metodologia quanto de período de referência, das informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), registro administrativo de responsabilidade do recém-recriado Ministério do Trabalho, previstos para serem divulgados na próxima semana. Conforme pesquisa do Projeções Broadcast, a mediana das estimativas de analistas para o saldo entre admissões e demissões, em dezembro de 2021, é negativa em 171 mil postos. Com isso, conforme a mediana, 2021 deverá fechar com a criação de 2,868 milhões de vagas.

De qualquer forma, ela destacou que a criação de vagas com carteira assinada já está puxando a expansão da ocupação. Em um trimestre, as vagas tidas como informais responderam por 43% da expansão total da população ocupada. Nos primeiros meses da retomada do mercado de trabalho, a participação dos postos informais na expansão da ocupação chegou a ficar entre 70% e 80%, disse a pesquisadora do IBGE.

Ainda conforme Adriana Beringuy, a expansão do emprego com carteira foi puxada pela indústria, pelo comércio e pela atividade de alojamento e alimentação, um dos mais atingidos pela crise causada pela covid-19 e, portanto, um dos últimos setores a se recuperar.

Em resumo, a pesquisadora do IBGE destacou que o mercado de trabalho ainda não atingiu a situação anterior à pandemia completamente, por exemplo, quando se analisa o contingente de trabalhadores com carteira assinada ou o total de ocupados em algumas atividades específicas, como alojamento e alimentação. Mesmo assim, o fim de 2021 foi marcado por uma "consolidação" da recuperação do mercado de trabalho, com criação de vagas generalizada entre as atividades econômicas e também de empregos formais.

Adriana Beringuy chamou a atenção para o fato de a população na força de trabalho, somando ocupados e desocupados, somou 107,334 milhões de pessoas, contingente próximo do registrado no trimestre móvel terminado em fevereiro de 2020, o último antes de a covid-19 chegar ao País.

A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.444,00 no trimestre encerrado em novembro passado. O resultado representa queda de 11,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. Já a massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 277 bilhões no trimestre até novembro, queda de 2,6% ante igual período do ano anterior. Tribuna do Norte