Mundial de clubes: Flamengo enfrenta Al Hilal atento às zebras que rondam os brasileiros

07/02/2023

Nas últimas oito edições que contaram com brasileiros, em três os brazucas acabaram derrotados na semi

Gabigol é esperança de gols do Flamengo para espantar a zebra - Foto: Marcelo Cortes | CR Flamengo
Gabigol é esperança de gols do Flamengo para espantar a zebra - Foto: Marcelo Cortes | CR Flamengo

Por Revista Formosa

No Brasil, quando um time vence a Libertadores, no dia seguinte todos os olhos estão voltados para o Mundial de Clubes. O assunto, então, passa a ser se o clube brasileiro será capaz de superar o vencedor da Liga dos Campeões. Antes de encarar um europeu na final, porém, é preciso vencer a semifinal da competição, na qual algumas equipes já caíram para adversários de menor orçamento e expressão. Sem nenhuma vontade de entrar na história pelo lado negativo, é em clima de respeito que o Flamengo encara hoje o Al Hilal, da Arábia Saudita, no Estádio Ibn Batouta, em Tânger, no Marrocos, valendo vaga na final do Interclubes.

O duelo de hoje terá um sabor especial para a equipe do Oriente Médio. Em 2019, os dois clubes mediram forças pela mesma fase do campeonato. Na época, os cariocas venceram os árabes por 3 a 1, com gols de Arrascaeta, Bruno Henrique e um gol contra do rival. No confronto final, o Mengão enfrentou o Liverpool e acabou derrotado por 1 a 0. O duelo que terminou com felicidade para o Rubro-Negro na semifinal, no entanto, trouxe lições. Apesar de ter marcado três gols, o confronto com o oponente de logo mais passou longe de ser fácil.

É comum que os campeões da Libertadores já sejam considerados finalistas pela torcida e por grande parte da opinião pública. A realidade, todavia, é diferente: nas últimas oito edições de Mundiais que contaram com brasileiros, em três os brazucas acabaram derrotados e tiveram que disputar o terceiro lugar. O Internacional, em 2010, foi estreante no lado vexatório da história como o primeiro sul-americano a ser eliminado nas semifinais do Mundial, desde que o campeonato passou a ser organizado pela Fifa, no começo da década. A derrota colorada também foi a primeira de um time brasileiro na história.

Nos anos seguintes, outros clubes seguiram o mesmo caminho. O Atlético-MG, em 2013, perdeu para o Raja Casablanca, do Marrocos, na semi. Já o Palmeiras, em 2021, foi derrotado pelo Tigres, do México. Na disputa pelo terceiro lugar, o Galo venceu o por 3 a 2 o Guangzhou Evergrande, da China, enquanto o Palmeiras empatou com o Al Ahly, do Egito, e perdeu na disputa de pênaltis. Desde 2000, são 17 confrontos entre brasileiros e rivais não europeus - sem contar Corinthians x Vasco, a final em 2000 - com 13 vitórias dos brasucas, um empate e três derrotas. O retrospecto, no entanto, aponta que todos os confrontos tendem a ser muito duros: nunca um clube brasileiro venceu um adversário de fora da Europa por mais de dois gols de diferença no Mundial, desde que o mesmo esteve sob a tutela e produção da Fifa.

Atentos

Tendo em vista todo o histórico, o Flamengo quer entrar nos livros de outra forma. Busca o bicampeonato e, para isso, conta com um trunfo: Vítor Pereira, comandante do clube da Gávea, treinou o Al Ahli, da Arábia Saudita, na temporada 2013/2014. Para ele, a experiência joga a seu favor, mas descarta qualquer moleza contra o rival. "Conheço bem o futebol árabe. O pior erro que podemos cometer é achar que teremos alguma facilidade. Não acho que o aspecto físico será decisivo. Conheço bem o time deles, os aspectos individuais e coletivos. Têm qualidade", destacou.

O concorrente de logo mais conta com velhos conhecidos do torcedor carioca. Michael, ponta, e Cuéllar, meio-campista, ambos ex-Flamengo, são caras de destaque do time saudita. À beira do campo, Ramón Diaz, técnico do Al Hilal, é outro que sentirá familiaridade e até mesmo uma pitada de rivalidade a mais no jogo. Isso porque foi treinador do Botafogo, mas sequer conseguiu dirigir a equipe antes de ser demitido, por estar com Covid à época.

A campanha que bateu na trave em 2019 carrega diversos remanescentes no elenco Rubro-Negro. Liderado novamente por um português, depois de Jorge Jesus na última edição, não querem ficar no 'quase' dessa vez. Na coletiva pré-jogo, Vitor Pereira ressaltou o espírito de superação do elenco: "O que conta, mais do que o físico, é o anímico. É a vontade que temos de levar esse título para casa. É com essa superação que, apesar do pouco tempo de trabalho, estou à espera de ver os meus jogadores", finalizou o técnico, que chegou há um mês. Após perder a Supercopa para o Palmeiras, os comandados de Vítor querem voltar para o Rio de Janeiro com o nome de cada um gravado pelo mundo.

FICHA TÉCNICA:

Flamengo x Al Hilal - Semifinal do Mundial de clubes

Local: Estádio Ibn Batouta, em Tânger, Marrocos, às 16h (da Bahia)

Árbitro: Istvan Kovacs (Romênia)

Assistentes: Vasile Florin Marinescu e Mihai Ovidiu Artene (ambos da Romênia)

Flamengo - Santos; Matheuzinho, David Luiz, Léo Pereira e Filipe Luís; Thiago Maia, Gerson e Everton Ribeiro; Arrascaeta, Gabigol e Pedro. Técnico: Vítor Pereira

Al Hilal - Abdullah Al-Mayouf; Al-Bulayhi, Nasser Al-Dawsari, Jang e Abdulhamid; Cuéllar, Al-Juwayr e Salem Al-Dawsari; Michael, Ighalo e Marega. Técnico: Ramón Díaz