Mortes e internações por uso de álcool crescem entre mulheres

27/07/2023

Dados foram divulgados pelo Centro de Informações Sobre Saúde e Álcool (CISA) nesta quarta-feira, 26

Foto: Arquivo | Agência Brasil
Foto: Arquivo | Agência Brasil

Por Revista Formosa

O Centro de Informações Sobre Saúde e Álcool (CISA) emitiu um alerta sobre o aumento do consumo de bebidas alcoólicas entre mulheres e as consequências decorrentes disso. Essa informação é baseada nos dados da quinta edição do relatório "Álcool e a Saúde dos Brasileiros: Panorama 2023", que foram divulgados nesta quarta-feira, 26. O estudo revela que, ao longo de um período de 10 anos, de 2010 a 2021, houve um crescimento de 7,5% no percentual de mortes entre mulheres por 100 mil habitantes atribuídas ao álcool em todo o país, bem como um aumento de 5% nas internações.

Por outro lado, o levantamento apresentou dados positivos para a população brasileira como um todo, considerando 100 mil habitantes ao longo desses 10 anos. As mortes totais relacionadas ao álcool caíram 4,8% e as internações tiveram uma redução de 8,8%. Entre os homens, a queda foi ainda maior, com uma redução de 8% nas mortes e 13% nas internações. Uma das razões para essa melhoria é a diminuição de acidentes de trânsito, que são predominantemente causados por homens e representam a segunda maior causa de óbitos associados ao álcool, perdendo apenas para a cirrose.

Números da pandemia

Outro ponto relevante apontado no relatório é a queda de 2,3% nos óbitos atribuídos ao alcoolismo em 2021, comparado ao pico registrado no primeiro ano da pandemia. O total de mortes relacionadas ao álcool em 2021 foi de 8.539, com 76,4% dos casos sendo homens e 23,6% mulheres.

As internações relacionadas ao consumo de álcool, por sua vez, aumentaram 2,5% em 2021 em comparação com 2020, totalizando 336.407 hospitalizações no ano (sendo 71% homens e 29% mulheres). Isso representa um crescimento mais moderado em comparação ao aumento geral das hospitalizações por todas as causas no país, que foi de 6,5% no mesmo período.

A Bahia e as médias nacionais

O relatório revela ainda que 16 estados brasileiros apresentam taxas de óbitos por 100 mil habitantes acima da média nacional, que é de 32,4 mortes por 100 mil habitantes, dentre eles, está a Bahia, que aparece em 11º lugar, com uma taxa de 35,3/100 mil hab.

A média nacional de mortes por álcool é de 32,4 mortes por 100 mil habitantes |  Foto: Reprodução | Cisa
A média nacional de mortes por álcool é de 32,4 mortes por 100 mil habitantes | Foto: Reprodução | Cisa

Em outro aspecto, 11 estados e o Distrito Federal superam a taxa nacional de internações, que é de 157,7 hospitalizações por 100 mil habitantes. Nesse ponto, a Bahia figura em 22º lugar, com uma taxa de 124,5.

A taxa nacional de internações é de 157,7 hospitalizações por 100 mil habitantes |  Foto: Reprodução | Cisa
A taxa nacional de internações é de 157,7 hospitalizações por 100 mil habitantes | Foto: Reprodução | Cisa

Em termos de ranking de internações, os estados com as maiores taxas são Paraná, com 238,8 hospitalizações por 100 mil habitantes; Piauí, com 233,8; Espírito Santo, com 209,1; Rio Grande do Sul, com 186,9; e Santa Catarina, com 168,4. Já em relação às mortes, os estados com as maiores taxas são Espírito Santo, com 42,9 óbitos por 100 mil habitantes; Paraná, com 40,4; Tocantins, com 39,6; Piauí, com 36,6; e Sergipe e Goiás, ambos com 36,2.