Lira veta ida de Rui Costa à CPI do MST, e Salles reage: ‘Se teme, deve’

10/08/2023

Presidente da Câmara acatou alegação de que falta relação entre o tema da CPI e a Casa Civil chefiada pelo ministro de Lula

Ministro Rui Costa seria questionado sobre invasões pelo relator da CPI do MST Ricardo Salles
Ministro Rui Costa seria questionado sobre invasões pelo relator da CPI do MST Ricardo Salles

Por Revista Formosa

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), frustrou a expectativa da oposição de confrontar o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, ao vetar a convocação do auxiliar direto do presidente Lula (PT) para depor, nesta quarta-feira (9), na Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o Movimento dos Trabalhadores sem Terra (CPI do MST). Diante da anulação obtida a pedido do Nilto Tatto (PT-SP), o relator da comissão, deputado Ricardo Salles (PL-SP), reagiu sugerindo que o ministro petista teria mobilizado o governo por temer os questionamentos da CPI.

"Hoje ouviríamos o Min. Rui Costa, porém o medo dos questionamentos fez com que o Governo se mobilizasse para impedir a sua vinda. Conseguiram. Mas o ditado já diz que quem não deve, não teme, e se teme é porque deve", escreveu Salles, em suas redes sociais.

Ex-ministro do Meio Ambiente do governo de Jair Bolsonaro (PL), Ricardo Salles acusa Rui Costa de conivência com invasões, quando governava a Bahia e como ministro de Lula. E teve aprovado por colegas de comissão sua iniciativa de convocar o ministro para a CPI.

Mas Lira concordou com o deputado petista Nilto Tatto, que apontou "vícios formais" na convocação, ao concluir que o requerimento para convocar Rui Costa não demonstrou a obrigatória conexão entre as atribuições do ministro da Casa Civil da Presidência da República e os fatos investigados pela CPI sobre o MST.

"Rememora-se que a prerrogativa conferida ao Congresso Nacional, suas Casas e Comissões, de convocar Ministro de Estado para prestar esclarecimentos com objetivo de garantir a efetividade da função fiscalizatória do Poder Legislativo constitui excepcional mitigação da separação entre os Poderes. Dessa forma, o instituto da convocação de Ministro deve ser interpretado de forma estrita, de modo que a impropriedade formal observada no requerimento em apreciação, em virtude da sensibilidade do tema, não pode ser relevada", concluiu Lira, em sua decisão de anular a convocação de Rui Costa, publicada na edição de hoje do Diário da Câmara dos Deputados.

Fonte:Diário do Poder