Jornal dinamarquês pede desculpa por cobertura sobre a pandemia

04/02/2022

Por Revista Formosa

Um tradicional jornal dinamarquês pediu desculpas aos leitores por não contestar os dados apresentados pelo governo sobre a pandemia de coronavírus. Em artigo publicado no Ekstra Bladet, o colunista Brian Weichardt argumenta que o periódico deveria ter trabalhado com mais diligência na análise das informações divulgadas pelas autoridades do país.

"Durante quase dois anos, imprensa e população estiveram preocupados com os números divulgados diariamente pelas autoridades", escreveu Weichardt. "O alerta mental constante se esgotou entre todos nós. É por isso que a imprensa também deve fazer uma análise do próprio trabalho. E nós falhamos." Weichart disse também que os jornalistas, boa parte do tempo, se limitaram a "regurgitar números fornecidos por funcionários do governo e por 'fontes'", sem analisar melhor o que estavam dizendo.

Em publicação no Twitter, Weichardt sugeriu que o Ekstra Bladet deveria ter feito mais perguntas sobre como as autoridades de saúde pública estavam tabulando os dados. "Não estivemos vigilantes o suficiente quando as autoridades foram obrigadas a explicar que as pessoas estavam hospitalizadas com coronavírus e não em razão do coronavírus", salientou. "Isso faz uma grande diferença. Os números oficiais de hospitalização mostraram ser 27% superiores aos dados reais. Só sabemos disso agora."

Weichardt disse ainda que as autoridades de saúde pública são responsáveis, por dever de ofício, a informar a população de forma correta, precisa e honesta. "Os jornalistas não deveriam ter acreditado na versão do Estado sobre os índices de vacinação e hospitalização na Dinamarca", ressaltou.

De acordo com o jornalista, as vacinas são constantemente classificadas como uma espécie de super arma, enquanto os hospitais são chamados de super hospitais. "No entanto, esses super hospitais sofrem com superlotação, e quase toda a população está armada com a super arma. Em outras palavras, há algo aqui que não merece o termo super, sejam as vacinas sejam os hospitais."

Em reportagem publicada na Edição 97 da Revista Oeste, Paula Leal mostra as inúmeras contradições em torno da pandemia. "Apesar dos inegáveis avanços, a emergência sanitária escancarou uma realidade global: sempre houve mais dúvidas do que certezas sobre a pandemia", escreveu. "E é natural que seja assim. Afinal, a ciência se baseia no ceticismo, na observação e na experimentação para formular conclusões. E não em crenças nem tabus."

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Com informações Revista Oeste