en-Veja quanto custa para manter senadores, deputados e membros do judiciário

18/06/2022

Por Revista Formosa

"Nenhum governo está isento de legislar absurdos. O problema é quando tais absurdos são levados a sério", disse, certa feita, o filósofo francês Michel de Montaigne (1533-1592). Ele ainda não tinha descoberto o Estado brasileiro.

Neste país, com o amparo da lei, um senador custa, em média, R$ 54 milhões por ano. E um deputado federal custa R$ 11,3 milhões. Mas o custo direto dos parlamentares é o menor dos problemas. Isso porque as despesas mais elevadas estão relacionadas aos projetos aprovados ou não aprovados que impactam os cofres públicos. As informações são da Revista Oeste.

Um exemplo disso é o Projeto de Emenda à Constituição (PEC) 63/2013, atualmente em discussão no Congresso Nacional, que tem o objetivo de estabelecer a volta do quinquênio: 5% de aumento automático nas remunerações de juízes e procuradores a cada cinco anos. Isso custaria mais de R$ 7,5 bilhões por ano aos pagadores de impostos.

Sem considerar a eventual aprovação do quinquênio, o Judiciário do Brasil é um dos mais caros do mundo. Em todos os anos, os cidadãos pagam R$ 100 bilhões para manter a estrutura da Justiça. Isso equivale a mais de 1% do Produto Interno Bruto (PIB). E a regalia ainda poderá ser ampliada para todo o serviço público, com custo de R$ 100 bilhões.

A remuneração média no setor público é de mais de R$ 9 mil, na esfera federal; de R$ 5 mil, na estadual; e quase R$ 3 mil, na municipal.

Considerando apenas o nível federal, o Poder Executivo é aquele que representa a maior parcela da despesa com pessoal ativo (75,7%), seguido do Judiciário (18,4%), do Legislativo (3,1%) e do Ministério Público (2,8%). Segundo o Instituto Millenium, os maiores salários médios estão no Legislativo, no Ministério Público e no Judiciário.

O salário médio dos servidores federais é 300% maior, em comparação com o dos servidores municipais, e quase 200% maior, em comparação com o dos servidores estaduais.

No setor público, a média salarial é de 5,6 salários mínimos, enquanto no setor privado é de 2,3.

No topo da lista

O Brasil é o país que mais gasta com funcionalismo público, em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) - o equivalente a 13,4%. Islândia (14,1%), Noruega (14,3%), África do Sul (14,6%), Jordânia (15,1%), Dinamarca (15,3%) e Arábia Saudita (16,5%), a primeira colocada, completam a lista.