en-Caminhoneiros anunciam greve no Espírito Santo depois de alta do diesel

Por Revista Formosa
O Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Espírito Santo (Sindicam/ES) anunciou ontem, terça-feira, 10, que a categoria dos caminhoneiros vai interromper os fretes a partir meia-noite desta quarta-feira, 11.
De acordo com a entidade, a decisão foi tomada depois do reajuste anunciado pela Petrobras, que elevará o preço do diesel em 8,86% nas refinarias, passando, assim, o valor médio de R$ 4,51 para R$ 4,91.
"O Sindicam/ES, a ACA e a Coopercolog, junto com os representantes dos caçambeiros, apoiam esse movimento. Entendemos que a situação dos autônomos ficou insustentável depois de tantos reajustes, seja no preço do diesel, seja no dos insumos que compõem o dia a dia do caminhoneiro", informa trecho do documento. Os caminhoneiros pedem redução de 26% no preço do diesel.
Na semana passada, a Petrobras anunciou lucro de quase R$ 45 bilhões no primeiro trimestre deste ano. O montante é mais de 3.700% maior, em comparação com o mesmo período no ano passado.
Ainda na terça-feira, a Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava) emitiu nota em protesto ao reajuste.
"O governo e a Petrobras mudaram a estratégia, não estão aumentando tudo de uma vez. Uma semana aumenta o gás, na outra a gasolina e agora o diesel. Lembramos que essa luta pelo fim do PPI (preço de paridade de importação) não é só dos caminhoneiros, mas, sim, de toda a população brasileira, principalmente os mais vulneráveis e a classe média", manifestou a Abrava, em nota.
Apelo
O presidente Jair Bolsonaro (PL) chegou a pedir para que o presidente da Petrobras, José Mauro Coelho, não elevasse os preços dos combustíveis. Entretanto, a solicitação não foi atendida.
"Vocês não podem, ministro Bento Albuquerque e senhor José Mauro, da Petrobras, não podem aumentar o preço do diesel", disse Bolsonaro em sua live semanal. "Não estou apelando, estou fazendo uma constatação levando-se em conta o lucro abusivo que vocês têm. Vocês não podem quebrar o Brasil. É um apelo agora: Petrobras, não quebre o Brasil, não aumente o preço do petróleo. Eu não posso intervir. Vocês têm lucro, têm gordura e têm o papel social da Petrobras definido na Constituição".
Em resposta, Coelho afirmou que a estatal não é "insensível à economia brasileira", mas que continuará seguindo os preços de mercado. "Eu acho legítima a preocupação do presidente Jair Bolsonaro em relação aos preços mais elevados dos combustíveis, essa elevação do preço acontece em todo o mundo", afirmou o presidente da Petrobras. "Por outro lado, por dever de diligência, os administradores da Petrobras, de capital aberto, devem atuar alinhados com a atual política de preços da companhia".