Documento revela que Bolsonaro venceu as eleições de 2018 no primeiro turno

24/07/2022

Por Revista Formosa

O jornalista Oswaldo Eustáquio obteve acesso a uma ação ajuizada no TSE logo após as eleições de 2018, que traz fortes elementos de que o presidente Jair Messias Bolsonaro teria vencido as eleições ainda no primeiro turno. Uma ação apresentada ao TSE, que foi arquivada em 2021 por perda do objeto, pelo fato de Bolsonaro ter vencido as eleições no segundo turno, mostra uma evolução matemática a partir dos dados do TSE que seria impossível Bolsonaro ter menos de 50,69% no pleito em 2019 ainda no primeiro turno, segundo informações de Eustáquio. 

Essas suspeitas de falha no sistema eleitoral brasileiro violam diretamente o artigo 23 do Pacto de San José da Costa Rica e merece a atenção do mundo neste momento de processo eleitoral no Brasil. Ainda na semana passada, o presidente Bolsonaro fez uma apresentação para embaixadores do mundo inteiro mostrando outros indícios de falha sistêmica. 

Vale ressaltar que a tese apresentada é corroborada pelas falas recentes do presidente Bolsonaro que disse que "papai do céu" foi bondoso e que as Forças Armadas tiveram acesso ao resultado minuto a minuto nos pleitos de 2014 e 2018, que tiveram falhas grosseiras na divulgação, com apagões que reforçam a suspeita deste relatório. 

O documento, assinado pelo jurista Ricardo Freire Vasconcellos, Mestre em Direito pela Regent Universty da Virgínia nos Estados Unidos, e pelo Engenheiro Vicente Paulo de Lima, revela um relatório que mostra que o presidente Bolsonaro venceu as eleições de 2018 ainda no primeiro turno com no mínimo 50, 69% dos votos válidos, na pior das hipóteses, tendo em vista que o atual presidente, de acordo com a evolução dos votos na região sudeste, maior colégio eleitoral do país, que com 10,99% das urnas apuradas mostrava Bolsonaro com mais de 57% na região. 

De acordo com o estudo que resultou em uma ação que foi rejeitada pelo TSE, no dia 7 de outubro de 2018, às 19:04 h, a Globo News, durante a reportagem do seu programa de plantão apresentou o primeiro resultado parcial da apuração para presidente, tendo como fonte o TSE, informando que com 53,49 % das urnas apuradas Bolsonaro tinha 49,02% dos votos válidos no Brasil. 

Vale ressaltar, que neste primeiro boletim, as regiões norte e nordeste já haviam apurado quase metade dos votos em suas regiões e a região Sudeste havia apurado apenas 10,99% dos votos válidos, destes, Bolsonaro já apresentava 57,40% dos votos da região. 

Neste momento, às 19:09H do dia da eleição, chamou a atenção dos autores da petição que a Globo News apresentou os dados da região sudeste, com vitória ampla de Bolsonaro sobre o candidato do PT, mas sem nenhum voto dos estados de São Paulo e Minas Gerais para o cargo de presidente da República, no entanto, já haviam dados apresentados para o pleito de governadores destes estados. Ou seja, houve uma falha explícita no sistema de divulgação, fato admitido pelo TSE, em resposta a esta petição, informando inclusive que houve o rompimento de contrato de forma unilateral com a empresa contratada para este serviço, ou seja, o próprio Tribunal reconhece o erro. 

Tal fato, causou estranheza até para os representantes da grande mídia e dos principais institutos de pesquisa do Brasil. "Eu até nem estou entendendo porque a sudeste está mais atrasada porque São Paulo já tinha aparecido a avaliação de governador e Minas também, não sei porquê Minas e São Paulo não estão aparecendo ai na região sudeste." Márcia Cavallari, diretora-executiva do Ibope no dia da eleição. 

Daqui que veio a pergunta da jornalista Andrea Sadi: se com 53,47% da apuração, estando o candidato Bolsonaro com 49,02% e a região nordeste, única onde ele estava em 2º já estar com 43,93% e a região sudeste apenas com 10,11% de urnas apuradas e ainda não havia entrado os votos nem de MG nem de SP, é certo afirmar que o candidato Bolsonaro terá mais de 50%. Vale dizer, o percentual dele poderia cair um pouco enquanto não entrassem os votos de MG e SP, porém quando entrassem ele subiria certamente e ultrapassaria os 50% facilmente, pois ele partiu de 49,02%. Faltavam apenas 0,8% de votos para chegar aos 50%. Ou seja, até os jornalistas da rede Globo já admitiam a vitória de Bolsonaro do primeiro turno por questões matemáticas. 

Após o apagão de informação dos votos em São Paulo e Rio de Janeiro, ao final da apuração o candidato Bolsonaro obteve 46,03% e no início 49,02%, ou seja, baixou 2,99%. Quase 3%, no quadro geral - algo muito estranho para quem vinha em progressão e faltava apenas 0.8% para atingir 50% dos votos e com a entrada de votos da região sudeste, a tendência era crescer como mostrava o gráfico corrigido pelo tempo e porcentagem de votos comparados a apuração de governador e dos outros cargos. 

Partindo do percentual inicial corrigido para 53,68% do primeiro resultado divulgado e subtraindo 2,99% que foi a baixa ao longo da apuração, teríamos como resultado final da apuração 50,69% para Bolsonaro, eleito no primeiro turno. Esta análise ainda contraria a impressão correta de que ele deveria aumentar o percentual de votos e não diminuir. 

Suspeita 

 As abstenções, os votos nulos e brancos aumentaram em relação a 2014; talvez esteja aqui o motivo da não divulgação dos resultados de MG e SP: quem 'manipulava' a apuração, percebeu que retirando MG e SP o percentual do Bolsonaro seria inferior a 50% tendo tempo para ajustar as abstenções, votos nulos e brancos. Porém erraram quanto à porcentagem, eis que a contagem de votos para Governador e os outros cargos continuou, apenas a de Presidente foi alterada. Isso fez com que a porcentagem de votos para Presidente pudesse ter sido alterada, mas não a de Governador, então como houve entrada de votos válidos, a tendência de crescimento era visível e não decréscimo dos votos em quase 3%, pois mesmo com a manipulação visível e com os votos que eles ainda lançaram para o Bolsonaro ele ainda teve 50,69% dos votos válidos, o que lhe conferiu a vitória em primeiro turno, mas que lhe foi retirada. 

Vale dizer, os dados apresentados são os dados extraídos do TSE, as imagens expostas estão públicas na internet e prints de tela do programa que apresentou a apuração ao vivo para todo o Brasil. Dados que podem ser confirmados com as próprias fontes que os possuem, e por estes peticionários acessando o próprio site www.youtube.com

O que está exposto neste Relatório, comprova o que o matemático e programador Diego Aranha informou em 2017, que a falha não ocorre apenas nas urnas e sim na contagem dos votos, para isso é importante o Boletim de Urna para conferência dos votos nulos, abstenções e checagem se o número de votos daquela urna bate com o colhido pelos fiscais. Mas, já havia alertado o professor Diego Aranha: "fraudar a contagem de votos de mais de um cargo e com muitos candidatos é muito mais difícil do que se fraudar apenas dois", sendo assim, foi onde se descobriu a falha no sistema, os votos de governador continuaram a crescer no entanto os de presidente não cresceram em mesma proporção, na verdade pararam, em estados onde Bolsonaro possui filhos que se elegeram, um deles com mais de 1 milhão e 800 mil votos (deputado mais votado do pais) e seus candidatos atingiram votações altas, estranha-se que a porcentagem de votos dele tenha decrescido em quase 3% sendo que o Nordeste já estava todo apurado, e ele precisaria apenas de 0,8%, no entanto, os votos do Governador continuaram a crescer em larga escala, por isso erro matemático foi detectado. Em resumo Bolsonaro está eleito desde o dia 07 de outubro com no mínimo 50,69%. Diante do exposto, requer que sejam apurados imediatamente os fatos aqui narrados, registrando a sua extrema gravidade, comunicado ainda os órgãos investigativos, bem como procedendo abertura de inquérito e ou processo administrativo para tanto. 

Leia o relatório na íntegra: DENÚNCIA sobre a apuração da eleição presidencial no primeiro turno Ricardo e Vicente ENTREGUE NO TSE EM 25 DE OUT DE 2018 

Baixe o documento: 

Recentemente, o ex-senador do Paraná, Roberto Requião, hoje filiado ao PT-PR e pré-candidato ao governo do estado, publicou um vídeo expondo as falhas nas urnas eletrônicas e a necessidade de aperfeiçoamento do sistema. 

Procuradoria-Geral Eleitoral reconhece problemas na apuração das eleições 2018 

De acordo com o documento, assinado pelo então Vice-Procurador-Eleitoral, Renato Brill de Góes, "as divergências percentuais apontadas na inicial são fruto de uma coleta de dados equivocada, causada pela falha da empresa contratada pelo TSE para distribuição dos dados. Durante o primeiro pleito, a Justiça Eleitoral enfrentou dificuldades técnicas, tanto de sobrecarga nas suas redes quanto de sobrecarga no processamento de servidores de aplicação". 

Globo reclamou ao TSE que dados foram digitados manualmente Ainda de acordo com o documento, "a dificuldade de acesso aos dados da Justiça Eleitoral foi reclamada por diversas agências de notícias, entre elas a Rede Globo e outras". No documento remetido pela Rede Globo ao TSE, é possível observar que a emissora registra, às 18h43, que os dados referentes a São Paulo e Minas Gerais foram digitados manualmente. Devido a essa ocorrência, nem a Rede Globo, nem qualquer outra agência de notícias possuía dados com total coerência em tempo real. 

O procurador diz ainda que por três ocasiões no Brasil já se cogitou o voto impresso. 

"Ademais, vale relevar que, ao menos em três ocasiões distintas, foram criadas leis para resgatar o voto impresso como mecanismo de fiscalização do resultado das eleições realizadas por meio das urnas eletrônicas". Ou seja, o próprio Ministério Público reconhece que o pedido do voto impresso não é uma demanda desta gestão, tampouco de militantes da direita, mas uma demanda antiga, que vem sendo reivindicada inclusive por políticos da esquerda que vão de Brizola, Dilma e Requião que chegou a ser autor de um projeto de Lei pedindo o voto impresso. 

Baixe o documento:  

* Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do Revista Formosa, sendo de responsabilidade exclusiva do jornalista Oswaldo Eustáquio