Direita conquista o poder no Chile e José Antonio Kast é eleito presidente
O fundador do Partido Republicano venceu nas 16 regiões do país
Por Revista Formosa
O Chile elegeu neste domingo (14) um novo presidente. O candidato conservador José Antonio Kast saiu vitorioso no segundo turno das eleições presidenciais ao superar a esquerdista Jeannette Jara com uma diferença próxima de 18 pontos percentuais.
Com 83,4% das urnas apuradas, dados do Serviço Eleitoral (Servel) apontavam Kast, de 59 anos, com 58,61% dos votos válidos, enquanto Jara, de 51 anos, ex-ministra e aliada do atual presidente Gabriel Boric, alcançava 41,39%.
Fundador do Partido Republicano, Kast venceu em todas as 16 regiões do país, incluindo áreas tradicionalmente ligadas à esquerda, como Valparaíso e a região metropolitana de Santiago.
O desempenho também foi expressivo nas regiões mineradoras do norte e nas zonas agrícolas do sul.
A derrota foi reconhecida pela adversária ainda durante a apuração. Segundo Arturo Squella, presidente do Partido Republicano e aliado próximo de Kast, Jara entrou em contato para parabenizar o vencedor.
"Estamos orgulhosos do trabalho realizado e conscientes da responsabilidade de enfrentar as crises que o Chile vive", afirmou.
O resultado representa uma das maiores margens de vitória desde a redemocratização chilena, ficando atrás apenas do triunfo de Michelle Bachelet em 2013.
Kast se torna ainda o primeiro presidente, no período democrático, a assumir o Palácio de La Moneda com declarações públicas de simpatia pelo ex-ditador Augusto Pinochet.
Católico e pai de nove filhos, Kast tomará posse em 11 de março, recebendo a faixa presidencial de Gabriel Boric — o mesmo adversário que o derrotou nas eleições de 2021.
Desde 2006, o comando do país tem se alternado entre direita e esquerda, sem reeleições consecutivas do mesmo campo político.
A campanha eleitoral foi marcada pelo foco em temas como segurança pública e imigração irregular, apesar de o Chile ainda figurar entre os países mais seguros da América Latina.
Kast defendeu medidas duras, como a deportação de imigrantes ilegais e a construção de presídios de segurança máxima para líderes do narcotráfico.
Em seu terceiro intento presidencial, Kast chega ao poder diante do desafio de governar sem maioria no Congresso.
Na Câmara dos Deputados, a direita ficou a dois assentos da maioria, enquanto no Senado há equilíbrio entre os blocos político-ideológicos.
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