Comandante do Exército atende Lula e barra Tenente-Coronel de chefiar batalhão

25/01/2023

Por Revista Formosa

O tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid não vai mais comandar o 1º Batalhão de Ações e Comandos, unidade de Operações Especiais, em Goiânia (GO). A designação para o cargo havia sido feita no ano passado e ele assumiria o posto no mês que vem.

A decisão foi tomada após o novo comandante do Exército, general Tomás Miguel Ribeiro Paiva acatar ordens de Lula.

O Comandante do Exército havia afirmado que não acataria nenhuma ordem política. Entretanto um dos mais influentes assessores de Bolsonaro durante os quatro anos de governo, Cid foi um dos motivos que levaram o ex-comandante do Exército Júlio César Arruda a ser demitido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no último sábado. O ex-comandante resistiu em não cumprir o desejo do presidente eleito pelo TSE.

O general Tomás, de acordo com relatos de militares, o comandante fez questão de cumprir o pedido de Lula, era o acordo para assumir o comando do Exército.

De acordo com militares com conhecimento da conversa, Cid percebeu a influência política do novo comandante do Exército, e para preservar as Forças Armadas resolveu aceitar o pedido do general Tomás que deixou claro que vai fazer a política do PT no Exército.

Oficialmente, Cid apresentou um requerimento solicitando o adiamento para assumir o comando do batalhão. O pedido já foi deferido pelo Comando do Exército. O tema foi um dos assuntos da primeira reunião da cúpula da Força com o novo comandante nesta terça-feira. Informações que Lula parabenizou o novo comandante do Exército.

O tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid assumiria o 1º Batalhão de Ações e Comandos, unidade de Operações Especiais, em fevereiro e ficaria por dois anos. Cid foi designado para o posto em maio do ano passado, após passar por um processo de seleção iniciado em setembro de 2021.

O Palácio do Planalto já havia indicado ao então comandante do Exército que esperava que a nomeação do tenente-coronel CID fosse anulada. O General Arruda, porém, não fez a mudança, alegando que decisões administrativas do Exército cabia ao comandante e não a política de Lula.

Arruda acabou demitido no último sábado (21). O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, justificou a troca no comando alegando que houve "fratura de confiança" na relação com o Exército. Na verdade, o General Arruda não aceita política nas Forças Armadas.

O presidente Lula nunca digeriu o fato de Arruda ter sido contra a prisão imediata de manifestantes e estavam alojados em um acampamento em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília.

O general alegava que havia mulheres e crianças no local que poderiam ser vítimas de um eventual confronto com a Polícia Militar. Essa postura irritou o presidente e ministros do governo, que passaram a pressionar o ministro da Defesa. Segundo ministros palacianos, a gota d'água para a demissão teria sido a recusa de Arruda em exonerar Mauro Cid do 1º Batalhão de Ações e Comandos, o 1º BAC, uma das unidades do Comando de Operações Especiais, com sede em Goiânia.

Agora exonerado o tenente-coronel Cid, Lula já determinou para o general Tomás, novo comandante do Exército Brasileiro de ver outros dois militares que são vistos com reservas por interlocutores do Planalto. Um deles é o general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, atual chefe do Comando Militar do Planalto. Aliados de Lula acreditam que ele pode ter defendido o direito de se manifestar das pessoas.

Outro que gera desconfianças junto ao governo é o tenente-coronel Paulo Jorge Fernandes da Hora, chefe do Batalhão da Guarda Presidencial, gravado discutindo com policias militares enquanto manifestantes usufruíam o direito de opinarem e manifestarem. Caso o novo comandante do exército não cumpram as ordens do Planalto, será demitido imediatamente.

Quem é o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, novo comandante do Exército

O general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, de 62 anos, foi anunciado neste sábado (21/1) pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como novo comandante do Exército. Tomás Paiva substituirá o general Júlio César de Arruda, demitido por Lula que não aceitou cumprir ordens políticas e nem interferências.

Tomás Miguel Ribeiro Paiva, Paulistano, iniciou a carreira militar em 1975 ao entrar na Escola Preparatória de Cadetes do Exército, em Campinas, no interior de São Paulo.

O general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, de 62 anos, estava à frente do Comando Militar do Sudeste, atuou em missão do Exército no Haiti e foi comandante da Força de Pacificação da Operação Arcanjo VI, no Complexo da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro, em 2012.

O novo comandante do Exército também foi ajudante de Ordens do Presidente da República e Assessor Militar do Brasil junto ao Exército do Equador; e chefiou o Gabinete do Comandante do Exército, em Brasília, e comandou a 5ª Divisão de Exército, em Curitiba, no Paraná.

Ribeiro Paiva ganhou projeção e se tornou um nome a ser considerado dentro do novo governo após concordar em cumprir ordens políticas e que defende o resultado das eleições que asseguraram o petista na Presidência da República, mesmo sem ter acesso ao código-fonte.