Com dívida de R$ 35 bilhões, Oi pode sofrer intervenção da Anatel

05/02/2023

Atual diretoria seria afastada e a agência assumiria o comando da empresa

A companhia de telefonia móvel Oi tem dívida de R$ 35 bi - Foto: Divulgação
A companhia de telefonia móvel Oi tem dívida de R$ 35 bi - Foto: Divulgação

Por Revista Formosa

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), pode assumir o comando da empresa de telefonia Oi, através de um processo de intervenção que resultaria no afastamento de toda a diretoria de uma das maiores empresas de telefonias do país. As informações são do Estadão, que apontou uma batalha jurídica que envolve uma dívida de quase R$ 35 bilhões. Há um mês atrás, a Oi saiu do mais longo processo de recuperação judicial da história no Brasil, iniciado em 2017.

Uma ação prevista no regimento do setor, é uma das alternativas levadas à diretoria da Anatel intervir na empresa. De acordo com o Estadão o presidente da Oi, Rodrigo de Abreu, pode ser convocado para prestar esclarecimentos. O Estadão também questionou um membro da alta cúpula da Anatel sobre qual seria a possibilidade de intervenção, numa escala de zero a dez. A resposta foi "seis".

A justiça aceitou uma liminar que protege a Oi dos credores que a empresa alega ter dívidas de R$ 29 bilhões e que tentou fechar um acordo com esses credores para refinanciar essas dívida, mas sem sucesso. Técnicos da Anatel e especialistas do setor de telecomunicações, afirmam que a "tutela de urgência" solicitada pela Oi na prática é mais uma medida para daqui a alguns dias apresentar novo pedido de recuperação judicial.

Recuperação

No fim de 2016, a empresa conseguiu aprovar um plano de recuperação judicial que iria iniciar em 2017. A Oi era dona de R$ 65 bilhões, em valores da época. A empresa conseguiu aprovar um plano de recuperação na Justiça que permitiu a renegociação de sua dívida, que chegou a cair para cerca de R$ 30 bilhões e que previa, de forma geral, um período de sete anos para sua quitação.

A Oi que já foi a maior empresa de telecomunicação do Brasil, se comprometeu a vender parte de seus negócios, como telefonia móvel, centros de dados e torres de transmissão, para se dedicar apenas aos negócios de banda larga por meio de fibra óptica.

O andamento das negociações não saíram como projetado. Mesmo depois de todas as ações tomadas nos últimos anos, ao "valor de face" da dívida acumulada hoje pela empresa soma R$ 34,972 bilhões.