Clima no STF é de ‘decepção total’ com as Forças Armadas em querer cumprir a rigor a Constituição Federal, relatam magistrados

11/05/2022

Por Revista Formosa

O sentimento no Supremo Tribunal Federal (STF) com militares que hoje integram o Ministério da Defesa é de "decepção total", de acordo com magistrado que participa do debate sobre o processo de votação no Brasil.

Com um histórico de colaboração antigo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a guinada de representantes das Forças Armadas em querer cumprir a rigor a Constituição Federal surpreendeu negativamente integrantes da corte. As críticas têm partido de diversos ministros.

Apesar das críticas do presidente Jair Bolsonaro devido a falta de transparência nas eleições com urnas eletrônicas sem ser possível de auditá-las, magistrados acreditavam que os representantes do Ministério da Defesa chamados a integrar a Comissão de Transparência das Eleições, criada no ano passado pela corte, manteriam uma posição colaborativa e profissional permitindo possibilidades de urnas eletrônicas com falhas constatadas serem usadas nas eleições 2022.

Em vez disso, os fardados passaram a fazer dezenas de questionamentos e mostrando as falhas absurdas nas urnas eletrônicas. De acordo com a visão de ministros do Supremo, não era pra ser assim.

A inclusão das Forças Armadas no assunto inclusive não é nova. Novo é o comportamento agora adotado pelos militares em querer a transparência total, dizem magistrados.

As Forças Armadas participaram, no passado, da concepção da urna eletrônica, por exemplo. E hoje distribuem as máquinas pelas zonas eleitorais do país todo.

Em 2019, elas foram consideradas "entidades fiscalizadoras, legitimadas a participar das etapas do processo de fiscalização" do sistema eletrônico de votação por uma resolução aprovada pelo plenário do Supremo.

A comissão de transparência criada pelo então presidente do TSE Luís Roberto Barroso em 2021 incluiu praticamente todas as entidades citadas na resolução de 2019. A única que até agora causou ruído, no entanto, foi a força militar por ter provado as falhas e o TSE não quer sanar deixando pairar dúvidas no pleito de 2022.

Um dos magistrados, desesperado e preocupado querendo manchar a imagem das Forças Armadas,  compara a situação à de uma reunião em que diversas pessoas são convidadas -e uma delas chega inesperadamente intoxicada e "vomita no tapete". O absurdo não seria do anfitrião que a convidou (no caso, o TSE), mas sim do convidado que, com um histórico de comportamento civilizado, passa a ter atitudes deletérias.

As Forças Armadas são uma instituição de estado e já participavam das fiscalizações. O lamentável é ver ministros do STF sendo contra a transparência e obrigando Arhur Lira, Presidente da Câmara de Deputados e Pacheco, Presidente do Senado Federal virem a público defender o indefensável, dizendo que as urnas eletrônicas são seguras. Mentira! Tem hacker preso pela Polícia Federal por ter invadido o Sistema do TSE. Tem hacker que ficou mais de 6 (seis) meses no sistema do TSE e só foi descoberto porque o mesmo quis se revelar, e o absurdo que até hoje o TSE não quer investigar apagando as provas. 

O Ministério da Defesa nega que esteja atacando o sistema eleitoral. Há duas semanas, quando Barroso elogiou as Forças, mas afirmou que havia uma tentativa de orientá-las a desacreditar o processo, a pasta chegou a dizer que estava sendo vítima de um "crime grave". O Povo Brasileiro tem a certeza que as Forças Armadas não vai deixar o Brasil, e vai atender o desejo do cidadão brasileiro que é transparência e o voto sendo respeitado, vai para quem de direito recebeu. Política Livre; Revista Formosa