Centro de Controle de Doenças dos EUA reconhece imunidade natural para covid

23/01/2022

Por Revista Formosa

Um novo estudo divulgado na quarta-feira 19 pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA revelou que, durante a onda da variante Delta no país, pessoas não vacinadas, mas que sobreviveram à covid-19, estavam mais protegidas do que aquelas que foram vacinadas e não se infectaram anteriormente.

Os resultados obtidos pelo CDC mostram que a infecção prévia pelo coronavírus e a imunidade obtida pelas vacinas atuam em sintonia e contribuem para a imunidade de rebanho - quando o número de pessoas resistentes ao vírus atinge uma fração da população suficientemente alta para que o vírus não encontre outras suscetíveis à infecção.

Análise dos dados

Para o estudo foram compilados dados de infecção, hospitalização, testagem e imunização de maio a novembro de 2021 nos Estados norte-americanos de Nova Iorque e Califórnia, que representam quase 20% da população do país.

A amostra populacional selecionada, pessoas acima de 18 anos, foi dividida em quatro grupos:

  • Sem Proteção - Não-vacinados e ainda não-infectados;
  • Com Proteção Vacinal - Vacinados em duas doses e ainda não-infectados;
  • Com Imunidade Natural - Não-vacinados e já infectados;
  • Com Dupla Infecção - Vacinados e já infectados.

Em comparação com os "Sem Proteção", o grupo "Com Proteção Vacinal" teve um risco 20 vezes menor de se infectar com covid, demonstrando a proteção proporcionada pela vacina. Entre os "Com Imunidade Natural" o risco foi de sete a dez vezes menor e foi de oito a dez vezes menor no grupo "Com Dupla Infecção". Um detalhe: esses resultados se referem ao início de maio, antes de a variante Delta ser dominante.

O cenário da variante Delta da covid-19

Com o avanço da variante Delta nos EUA no ano passado, o estudo capturou um outro recorte a partir do início de outubro: em comparação com os "Sem Proteção", a proteção vacinal diminuiu o risco de covid de quatro a seis vezes, a imunidade natural em 15 a 30 vezes, e a dupla proteção em 32 a 20 vezes.

Assim, contra a Delta, a combinação entre vacina e infecção prévia se tornou o melhor cenário no caso de contaminação pelo novo coronavírus.

"Mais estudos são necessários para estabelecer a duração da proteção a partir de infecções anteriores por tipo de variante, gravidade e sintomatologia, inclusive para a variante Ômicron", concluiu o artigo. Revista Oeste