Brasil possui mais bovinos do que habitantes, aponta IBGE

20/09/2025
Foto: Reprodução
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Por Revista Formosa

Em 2024, o Brasil registrou um número de cabeças de gado 12,7% superior à sua população estimada, de 211,7 milhões de habitantes, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 

Esse levantamento, divulgado em agosto, mostra que a diferença entre rebanho e população cresceu em relação ao estudo anterior, de 2022, quando o índice era de 11,4%.

O setor também voltou a atingir um recorde no ano de 2023. Dados publicados pelo IBGE na última quinta-feira (19) apontam que, até 31 de dezembro, o país possuía 238,6 milhões de bovinos — um crescimento de 1,6% frente a 2022, quando o efetivo era de 234,9 milhões. 

No ano anterior, o avanço havia sido maior, de 4,6%, em comparação a 2021 (224,6 milhões). A série histórica da PPM (Pesquisa da Pecuária Municipal) mostra a dimensão desse salto: em 1974, quando começou o levantamento, o Brasil tinha 92,5 milhões de animais, menos da metade do volume atual.

Ciclos e ajustes do setor pecuário

Segundo o IBGE, a pecuária brasileira funciona em ciclos. Entre 2019 e 2022, houve retenção de fêmeas para ampliar a produção de bezerros. 

Em 2023, esse movimento já começou a se refletir nos números, mas o instituto observa que o ciclo começou a mudar: aumentou o abate de matrizes, o que deve reduzir o tamanho do rebanho nos próximos anos. 

Essa estratégia, avalia a analista da PPM Mariana Oliveira, busca reequilibrar o mercado e recuperar preços da carne, que caíram com a oferta elevada.

Perspectivas para a soja e o biodiesel

Além da pecuária, outro destaque do agronegócio brasileiro está na soja. A Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais) projeta que o país processe 58,5 milhões de toneladas em 2025, número recorde. 

A estimativa, divulgada nesta terça-feira (16), representa alta de 0,7% sobre a previsão anterior e de 5% em relação ao volume processado em 2024, puxada pelo aumento da demanda de biodiesel.

Esse avanço está ligado à decisão do governo de elevar, em agosto, a mistura obrigatória de biodiesel no diesel de 14% para 15%. 

O Cepea destaca que essa medida tornou a produção de óleo mais atrativa, reforçando o papel da oleaginosa como principal matéria-prima para o biocombustível.

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