Beijar faz mal? Médico explica riscos da Doença do Beijo
Infecção mais comum contraída pelo beijo é a mononucleose

Por Revista Formosa
A boca é a porta de entrada de infecções como a mononucleose, conhecida como 'Doença do Beijo'. Após dois anos sem Carnaval, é chegada a hora da festa mais esperada do verão. Em Salvador, a folia já começa desde antes com ensaios, festas de largo e outras atrações .
Não faltam oportunidades para os foliões beijarem, principalmente depois de dois anos de hiato imposto pela pandemia da Covid-19. Mas para não transformar a alegria em pesadelo, é preciso ter atenção.
Beijar diferentes pessoas contribui para a circulação silenciosa de vírus, responsáveis por doenças infecciosas, como a mononucleose e o herpes. Veja recomendações de um infectologista e saiba como agir:
Doença do Beijo
A infecção mais comum contraída pelo beijo é a mononucleose, também conhecida como Doença do Beijo. "Mais de 90% da população adulta possui anticorpos contra o agente que provoca esta infecção.
Isso significa que em algum momento da vida o indivíduo entrou em contato com esse vírus, mesmo que não tenha desenvolvido nenhum quadro clínico característico", afirma Celso Granato, infectologista e diretor Clínico do Grupo Fleury, detentor da Diagnoson a+, na Bahia.
Ele explica ainda que as pessoas que tiveram a infecção nunca mais conseguem se livrar completamente do vírus, que continua "morando" na garganta ou nas amígdalas do indivíduo e, periodicamente, é eliminado na saliva.
Caso alguém entre em contato com uma pessoa que o está eliminando, ainda que não esteja doente naquele momento, poderá adquirir a infecção se ainda não a teve.
Herpes
É preciso ter atenção também com o herpes, causado por um vírus da mesma família do agente da mononucleose. O vírus Herpes simplex tipo 1 também persiste por toda a vida.
Porém, apenas uma a cada cinco dessas pessoas apresentará lesões típicas de herpes de forma recorrente. Embora a infecção não seja grave, as lesões são dolorosas e podem voltar a se manifestar inúmeras vezes e acometer outras regiões do corpo.

Feridas, sangue na boca, doenças gengivais, respiratórias, ou mesmo o descaso com a saúde e a higiene bucal aumentam os riscos. "Caso possuam feridas ou qualquer tipo de sangramento na boca é melhor não beijar ninguém ou, pelo menos, evitar beijar muitas pessoas", alerta o especialista.
Entre as infecções, além da mononucleose e do herpes, existem também as verrugas, chamadas popularmente de 'crista de galo', que ocorrem no ânus e nos genitais, mas, também, na boca. São causadas por diferentes tipos de papilomavírus humano, o HPV.
Peguei a Doença do Beijo?
Adolescentes e adultos jovens, na faixa de 15 a 25 anos, costumam apresentar sintomas como febre, dor de garganta e aumento de linfonodos, popularmente conhecidos como gânglios ou ínguas, na região do pescoço.
Podem aparecer também manchas vermelhas pelo corpo, além de aumento do fígado e do baço. Esses sintomas podem durar de duas a três semanas. É uma doença prolongada: nos mais jovens as manifestações são mais leves; enquanto nas pessoas com mais idade, mais intensas.
A recomendação é procurar ajuda médica para diagnóstico e orientação. Não existe um remédio específico para a mononucleose. É indicado repouso, porque o indivíduo sente fadiga e indisposição.
Descansar é fundamental também quando ocorre grande aumento do baço, pois em situações extremas, como uma batida, ele pode se romper. É raro, mas quando acontece é muito grave.
A propagação do vírus ocorre a partir da saliva. Ou seja, também podemos contrair a doença por meio do compartilhamento de objetos pessoais, como talheres e copos É possível ainda ser infectado a partir da tosse de alguém que esteja bem próximo. De toda forma, a recomendação é a mesma: sentiu algum sintoma diferente, procure um médico.
