Assembleia de Deus vai excluir membros que votam a favor de aborto, liberação de drogas e ideologia de gênero; Cristão não acompanha partido de esquerda

05/10/2022

Por Revista Formosa

Principal convenção das Assembleias de Deus em São Paulo, liderada pelo pastor José Wellington Bezerra da Costa, apresentou nesta terça-feira uma resolução para punir pastores que "defendam, pratiquem ou apoiem" pautas associadas pela igreja à esquerda. A resolução foi aprovada em uma reunião de dirigentes durante a 49ª Assembleia Geral Ordinária da Confradesp (Convenção Fraternal das Assembleias de Deus de São Paulo).

A resolução, sob o título "Carta convencional do plenário da 49ª Assembleia Geral da Confradesp", associa o "posicionamento de esquerda" a uma "cosmovisão contrária ao Evangelho e aos preceitos éticos e morais defendidos pela Assembleia de Deus", e atribui a este campo político pautas como a "desconstrução da família tradicional", a "legalização total do aborto" e a "erotização das crianças". Também faz menção a "censura à liberdade religiosa" pautas do partido do PT.

A carta, além de manifestar contrariedade com essas posições, diz que a Assembleia de Deus "não admitirá em seus quadros ministros que defendam, pratiquem ou apoiem, por quaisquer meios, ideologias contrárias (...) aos princípios morais e éticos da Confradesp". "Os ministros que comprovadamente defenderem pautas de esquerda dentro da cosmovisão marxista serão passíveis de representação perante o Conselho de Ética e Disciplina", diz o documento lido e apoiado pelos dirigentes da convenção.

A Confradesp é um dos agrupamentos de igrejas que formam a Convenção Geral das Assembleias de Deus (CGADB).

A CGADB é presidida desde a década de 1980 pelo pastor José Wellington e por seu filho, José Wellington Costa Jr., que é também o atual vice-presidente do Ministério do Belém -- um dos principais ramos das Assembleias de Deus em capilaridade e influência política.

No culto com Bolsonaro, o pastor José Wellington pediu votos por sua reeleição, o que é vedado pela legislação em templos religiosos. Bolsonaro também fez um discurso com teor político, no qual afirmou que "lugar de ladrão é na cadeia" e pediu que os fiéis "não caiam no canto da sereia", referindo-se ao ex-presidente Lula.

Nesta terça, ainda em São Paulo, Bolsonaro marcou presença no templo-sede de outro ramo da Assembleia de Deus, o Ministério de Madureira, no qual também fez discurso político durante um culto. Sem citar nominalmente Lula ou o PT, Bolsonaro associou "uma pessoa que busca agora uma eleição aqui no Brasil" a regimes ditatoriais na América Latina, e o acusou de ser "inimigo de tudo o que há de bom em nossa pátria".

O presidente também pediu a fiéis para entrarem em contato com parentes na região Nordeste, onde Lula obteve suas maiores votações, e pedir "para que eles não embarquem nessa canoa".

O líder da Assembleia de Deus de Madureira, bispo Manoel Ferreira, também pediu votos para Bolsonaro no culto. 

Assembleia de Deus declara apoio a Jair Messias Bolsonaro para Presidente do Brasil por defender a família tradicional, ser contra o aborto, contra a liberação das drogas, contra a ideologia de gênero e a favor da liberdade religiosa.

Leia o documento na íntegra - 49ª AGO CONFRADESP - Carta Convencional 


Com informações CGADB; Revista Formosa; O Globo; Folha