Arábia Saudita considera aceitar moeda chinesa na venda de petróleo
Por Revista Formosa
A Arábia Saudita está em negociações com a China para vender seu petróleo em iuane, a moeda chinesa, informou The Wall Street Journal nesta terça-feira, 15. A medida poderia abalar o domínio do dólar no mercado global, e representaria uma guinada na postura do principal exportador mundial.
As conversas com Pequim ocorrem há seis anos, e aceleraram nos últimos meses. Isso porque a Arábia Saudita está cada vez mais insatisfeita com os Estados Unidos, que não apoiaram sua intervenção na guerra civil do Iêmen. A indignação dos sauditas também se explica pelo possível acordo de Washington com o Irã sobre seu programa nuclear.
A China compra mais de 25% do petróleo que a Arábia Saudita exporta. Se negociadas em iuane, essas vendas elevariam o valor da moeda chinesa. Para os sauditas, a decisão de negociar seus barris de petróleo numa moeda diferente do dólar também representaria uma mudança profunda.
A maior parte das vendas globais de petróleo - cerca de 80% - é feita em dólares. Os sauditas negociam petróleo exclusivamente na moeda norte-americana desde 1974, depois de um acordo com o governo de Richard Nixon, que incluía garantias de segurança para o país.
Pequim introduziu contratos de petróleo em iuane em 2018, como parte de seus esforços para tornar a moeda local negociável em todo o mundo. No entanto, a medida não abalou o domínio do dólar no mercado. Para a China, o uso de dólares tornou-se um risco. Isso foi acentuado pelas sanções dos Estados Unidos ao Irã e à Rússia.