Apagão em São Paulo já causa prejuízo de R$ 1,65 bi para varejo e serviços, diz FecomercioSP

15/10/2024

Enel diz que reestabelecerá energia em São Paulo em até três dias

Foto: Aloisio Mauricio/Fotoarena/Agência O Globo
Foto: Aloisio Mauricio/Fotoarena/Agência O Globo

Por Revista Formosa

A falta de eletricidade em parte da cidade de São Paulo, que começou na sexta-feira (11), já soma perdas brutas de cerca de R$ 1,65 bilhão para os setores de varejo e serviços, considerando o faturamento que ambos deixaram de registrar por três dias, segundo cálculos da FecomercioSP (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo).

O varejo paulistano teve prejuízos de ao menos R$ 536 milhões nos dias em que parte dos agentes do setor ficou sem funcionar, e as perdas no setor de serviços somam R$ 1,1 bilhão. Esses dados foram compilados levando em conta que, aos fins de semana, o comércio de São Paulo tende a faturar, em média, R$ 1,1 bilhão por dia, enquanto os serviços têm receitas de R$ 2,3 bilhões.

Contudo, a federação estima ainda que "esse valor deverá ser maior, porque a empresa responsável pela distribuição de energia a Enel, ainda não forneceu respostas concretas sobre o retorno do serviço à totalidade dos imóveis que dependem da rede".

Em nota, a FecomercioSP diz que "a nova interrupção do fornecimento de energia evidencia, além do mais, como é fundamental discutir uma reforma administrativa a nível nacional já que todas as instâncias de governo, apesar de grandes arrecadadoras de tributos, não conseguem fornecer serviços básicos à população — quanto mais com qualidade minimamente aceitável".

A entidade afirmou que trabalha desde a última sexta para colaborar com os setores mais afetados pelo novo apagão em São Paulo. A Fecomercio exige "que a Enel faça a restauração da distribuição com o máximo de urgência possível".

"Para a FecomercioSP, é inaceitável que a maior metrópole brasileira sofra com constantes cortes de energia, como vem acontecendo nos últimos meses", disse a federação.

"Como já reforçado em outras ocasiões, a Federação tem apontado à Enel como muitas empresas estão contabilizando perdas econômicas a cada dia sem luz, como mercados, restaurantes, farmácias e lojas do varejo, além de serviços que ficam impossibilitados de operar, já que, além da energia, estão sem acesso à Internet."

Enel diz que reestabelecerá energia em São Paulo em até três dias

Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

 A Enel, empresa responsável pelo fornecimento de energia em São Paulo, afirmou, nesta segunda-feira (14), que reestabelecerá a luz em todos os lugares atingidos pelo apagão em até três dias. O prazo foi estipulado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) e a empresa afirmou que vai cumprir a determinação.

Até a noite desta segunda, 340 mil casas ainda estão sem energia. O apagão começou na sexta-feira (11), quando a capital paulista e os arredores foram atingidos por um forte temporal. Mais de 2,1 milhões de pessoas ficaram sem energia.

"A empresa cumprirá o prazo de três dias para restabelecer totalmente o fornecimento de energia a todos os clientes. Para atender casos críticos, a Enel disponibilizou 500 geradores (40 de grande porte) para serviços essenciais, como hospitais, e clientes que dependem de eletricidade para manutenção de equipamentos hospitalares, por exemplo", afirmou na nota.

A companhia também informou que está recebendo apoio de equipes de empresas de outros países para restabelecer mais rapidamente a energia, como Light, Neoenergia, Elektro e EDP.

Segundo a Enel, as cidades mais prejudicadas foram São Paulo, especialmente nos bairros Jabaquara, Santo Amaro, Pedreira e Campo Limpo; Cotia com, 31 mil clientes sem energia; e Taboão da Serra com 32 mil impactados.

De acordo com a companhia, até às 18h30 desta segunda-feira (14), 1,7 milhão de clientes tiveram o fornecimento de energia restabelecido.

Nesta segunda, a CGU (Controladoria-Geral da União) anunciou que fará uma auditoria sobre a atuação da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) neste apagão e no de novembro do ano passado. A agência é responsável pela fiscalização da concessionária.

Segundo o ofício enviado pela CGU à Aneel, serão apurados como foi a atuação da agência durante o apagão de novembro de 2023, quando 2,1 milhões de casas ficaram sem energia; quais foram as medidas tomadas após o evento para prevenir novos incidentes; e como foi atuação da agência agora em outubro.

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