APAE de Formosa do Rio Preto passa por intervenção após denúncias de irregularidades administrativas e financeiras

Ex-presidente e interventores falaram à Revista Formosa. Confira!

Por Revista Formosa

A direção da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Formosa do Rio Preto, oeste da Bahia, foi oficialmente afastada após reunião realizada na última quarta-feira (22), na sede da entidade.

O encontro foi conduzido pela Promotora Jurídica da Bahia representando a Federação Estadual das APAEs, Dra. Isadora Maia, que comunicou o afastamento do então presidente Cláudio Barbosa do Santos (Cláudio Scher) e de toda a diretoria após denúncias de ordem administrativa e financeira feitas por ex-integrantes, mães de assistidos e colaboradores.

A Promotora instaurou um processo de intervenção, nomeando Wellington Batista como interventor presidente e  Jailton Nogueira de Souza como interventor financeiro. Ambos atuarão voluntariamente, sem remuneração. A intervenção tem prazo inicial de seis meses, podendo ser prorrogada.

Segundo a Federação, a medida tem o objetivo de garantir transparência, restabelecer a normalidade administrativa e assegurar a continuidade dos serviços às pessoas com deficiência atendidas pela instituição. O mandato de Cláudio Scher terminaria em dezembro deste ano.

Posicionamento de Cláudio Scher

A Revista Formosa conversou com o ex-presidente, que declarou ter entregue toda a documentação solicitada, apresentado o patrimônio da entidade e colocado-se à disposição dos interventores para eventuais esclarecimentos.

Cláudio lembrou que foi o fundador da APAE no município, oficializada em 20 de fevereiro de 2020, e ressaltou que a entidade funciona graças ao apoio de colaboradores e instituições parceiras.

Reunião com o município

Na quinta-feira (23), a Promotora responsável, Dra. Isadora Maia, e os interventores Wellington Batista e Jailton Nogueira se reuniram com o procurador do município, Dr. Arnaldo Filho.

Na oportunidade, apresentaram o relatório inicial e solicitaram o apoio da gestão municipal ao processo de reorganização.

Entrevista com os Interventores

Para esclarecer os próximos passos da intervenção e o cenário encontrado, a Revista Formosa conversou com os interventores Wellington Batista e Jailton Nogueira, que detalharam o momento atual e as metas para os meses seguintes.

Revista Formosa — Qual foi o primeiro cenário encontrado na APAE?
Interventores — Estamos analisando documentos, patrimônio e contratos. Também faremos reuniões com pais, professores e colaboradores. Após esse diagnóstico, apresentaremos um relatório detalhado à sociedade formosense.

Revista Formosa — Qual será a prioridade durante a intervenção?
Interventores — Regularizar a situação administrativa e financeira, fortalecendo a transparência e garantindo atendimento de excelência às pessoas com deficiência (PCDs). Reafirmamos aos comerciantes e parceiros que todos os compromissos assumidos serão honrados.

Revista Formosa — A intervenção prevê autonomia total de gestão?
Interventores — Sim. Temos autonomia administrativa. Quanto às contas bancárias, ainda não tivemos acesso, pois dependemos do registro da ata da intervenção. Acreditamos que até o próximo mês a documentação estará concluída, permitindo auditoria completa e futura apresentação de relatório financeiro.

Revista Formosa — Há previsão para eleição de uma nova diretoria?
Interventores — A intervenção dura seis meses, podendo ser prorrogada. Ao final, será realizada uma eleição transparente e democrática.

Revista Formosa — Qual mensagem deixam para os assistidos e para a comunidade?
Interventores — Encaramos o desafio com responsabilidade, fé e diálogo. Queremos o apoio de todos — pais, professores, colaboradores e sociedade — para reconstruir, ampliar atendimentos e fortalecer a APAE. Os assistidos merecem compromisso, transparência, amor e respeito.

Continuidade do atendimento

Os interventores reforçaram que todos os serviços oferecidos pela APAE seguem funcionando normalmente e que a entidade pretende ampliar parcerias e atendimentos para alcançar pessoas que ainda não são assistidas.

Enquanto a investigação segue sob responsabilidade da Federação Estadual das APAEs, a administração local permanece sob intervenção.

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