Anvisa aprova caneta usada no tratamento de diabetes para combater obesidade

09/06/2025

Substância promove maior sensação de saciedade e retarda o esvaziamento gástrico e já era utilizada 'off-label'

Foto: REUTERS/George Frey/Foto de arquivo
Foto: REUTERS/George Frey/Foto de arquivo

Por Revista Formosa

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou o uso do medicamento Mounjaro para o tratamento da obesidade no Brasil. A autorização foi publicada no Diário Oficial da União nesta segunda-feira (9).

Antes indicado apenas para o tratamento do diabetes tipo 2, o remédio agora poderá ser utilizado também como aliado no combate ao excesso de peso. 

A medicação já era utilizada "off-label", ou seja, a prescrição fora do que a bula do remédio prevê.

O princípio ativo da medicação, a tirzepatida, atua reduzindo os níveis de açúcar no sangue e controlando a glicemia. Além disso, promove maior sensação de saciedade e retarda o esvaziamento gástrico, o que contribui para a perda de peso.

Entenda

O excesso de peso já atinge a maioria dos brasileiros. Isso impulsiona a demanda por diferentes meios de emagrecimento, incluindo medicamentos. Aliás, é o que tem acontecido com um medicamento indicado para diabetes, mas que também ajuda a emagrecer.

Depois do Ozempic, é a vez do Mounjaro, que tem como princípio ativo a tirzepatida. O tratamento pode custar até 7 mil euros, mas a procura pelo produto importado é grande, o que faz surgir um mercado oportunista e ilegal.

Como Mounjaro age no corpo?

➡️ Em resumo, o novo remédio ativa receptores das células relacionados a dois hormônios que atuam no sistema digestivo: o GIP (sigla para polipeptídeo insulinotrópico dependente de glicose) e o GLP-1 (peptídeo 1 semelhante ao glucagon).

Esses receptores que são ativados mexem com uma série de processos do organismo:

  • O primeiro deles envolve a liberação de insulina, hormônio produzido pelo pâncreas que é responsável por retirar da circulação sanguínea o açúcar obtido dos alimentos e botá-lo dentro das células, onde será usado como fonte de energia.

Sabe-se que indivíduos com diabetes apresentam problemas na fabricação ou na ação da insulina pelo organismo. Com isso, o açúcar (ou a glicose, no jargão médico) se acumula no sangue e causa uma série de problemas à saúde — de infarto à dificuldade na cicatrização de feridas.

Ao melhorar a liberação de insulina após as refeições, portanto, o Mounjaro facilita o controle da glicemia (ou das taxas de açúcar na circulação).

  • E a segunda forma de ação é no controle do apetite. Os receptores de GIP e GLP-1 também aparecem em células do cérebro que são responsáveis pelo controle da fome. Com isso, o fármaco ajuda a regular a ingestão de alimentos — o que pode levar à perda de peso.

O Ozempic, cujo princípio ativo é a semaglutida, também é usado no diabetes e tem uma ação parecida. A diferença é que ele atua apenas sobre um desses hormônios: o GLP-1.

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