A cultura do milho no Oeste Baiano

09/04/2022
Imagem meramente ilustrativa | Milharal | Foto: Reprodução Rural Pecuária
Imagem meramente ilustrativa | Milharal | Foto: Reprodução Rural Pecuária

Por Revista Formosa

Um dos cereais mais nobres da humanidade, base da alimentação nas Américas, fonte de energia para mover humanos e máquinas, o milho encontrou no cerrado da Bahia as condições para se desenvolver, com alta performance: clima, solo, luz e gente capacitada para manejá-lo com precisão e competência para potencializar os atributos naturais da região. Somados a tudo isso, a alta tecnologia aplicada nas lavouras do Oeste garante a esta cultura um bom desempenho e o plantio do milho pode ser feito o ano todo na região.

O período de crescimento e desenvolvimento do milho na região Oeste da Bahia é limitada por fatores como a água, temperatura e radiação solar ou luminosidade. Assim, a cultura do milho necessita que os índices dos fatores climáticos, especialmente a temperatura, a precipitação pluviométrica e o fotoperíodo, atinjam níveis considerados ótimos, para que o seu potencial genético de produção se expresse ao máximo. Por seu papel econômico, a presença do milho é indispensável para a rotação de culturas, prática universalizada nas fazendas, que garante o equilíbrio nutricional dos solos, e o perfeito aproveitamento dos insumos aplicados nas lavouras.

De acordo com informações da Ascom Aiba, os números estimam uma produtividade média de 170 sacas de milho por hectare na região, correspondente à produção total de 1,93 milhão de toneladas do cereal, cultivadas em uma área de 190 mil hectares. Em 2021, as lavouras de milho do oeste da Bahia renderam, em média, 180 sacas por hectares. Segundo o engenheiro agrônomo, Landino Dutkievicz, diretor técnico da Plasteca, 90% da área, estimada em 170 mil hectares, tiveram plantas em condições muito boas, com produtividade ficando entre 180 e 200 sacas por hectare.

"Algumas pequenas áreas tiveram perdas em janeiro, devido à falta de chuvas. Outras áreas, também pouco expressivas, já registraram colheita nos cultivos irrigados", disse.

Os trabalhos de plantação e cultivo do milho, de um modo geral, são iniciados em março. As lavouras se dividem entre as fases de pendoamento (10%); grão leitoso (30%), grão pastoso - milho verde - e grão farináceo (30%); e grão duro e maturação fisiológica (30%).

Além de uma safra maior, a previsão para 2022 é de que os preços do milho sigam firmes no primeiro semestre do ano, período em que a oferta deve ficar mais restrita. Neste cenário, os analistas acreditam que o produtor poderá ter preços remuneradores no primeiro semestre de 2022.Já no segundo semestre, caso se confirme clima favorável na segunda safra, as cotações podem cair, destacam os especialistas.

O aumento estimado de 9,9% na produção de grãos no estado da Bahia deve garantir um volume de 11,8 milhões de toneladas na safra 2021/2022 do estado. A área a ser plantada com grãos também deve ser ampliada em 5,6% e chegar a 3,47 milhões de hectares. O resultado da safra baiana foi divulgado nesta semana pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), junto com os números da produção nacional.

De acordo com a pesquisa da Conab, as chuvas que vêm ocorrendo nos últimos meses trouxeram perspectivas bastante favoráveis para parte dos cultivos, ao mesmo tempo que o excesso ocorrido em algumas regiões chama a atenção, embora ainda não tenha provocado maiores danos.

Em fevereiro, as chuvas diminuíram em muitas localidades e cada cultura sofreu um impacto diferente para essas variações. O milho apresenta uma representatividade de 28,5% e previsão de chegar a 3,36 milhões de toneladas na Bahia.

A pesquisa de campo para levantar os números da safra na Bahia foi realizada de 21 a 25 de fevereiro. Neste período, os técnicos da Conab verificaram que o plantio das culturas de 1ª safra já foi concluído nas principais regiões produtoras. A avaliação ocorreu no extremo-o este, centro-norte e centro-sul do estado. A metodologia envolveu, além de viagem a campo, contatos virtuais com escritórios, fazendas, órgãos do governo, técnicos e produtores.