Piso Nacional de Professores: "Não falta recursos e o governo federal pode socorrer, eventualmente, um gestor que não consiga cumprir esse montante", diz Ministro

04/02/2022

Por Revista Formosa

O presidente Jair Bolsonaro (PL) participou nesta sexta-feira, 4, de um evento no Palácio do Planalto para formalizar a portaria que estabelece reajuste de 33% no piso salarial dos professores da educação básica.

Desde que anunciou que o valor passaria de R$ 2.886 para R$ 3.845, em 27 de janeiro, governadores e prefeitos se colocaram contra o tamanho do aumento e tem defendido uma correção de apenas 7%, com base na inflação.

"A quem pertence a caneta bic para assinar o reajuste?", disse Bolsonaro. "Havia, sim, pedidos de muitos, mas muitos chefes dos executivos estaduais e municipais querendo 7%."

"O recurso, se a gente conceder 7%, a diferença, 26%, fica pra quem? Como vai ser utilizado? Qual a melhor maneira de usar esse recurso? É com o professor ou é com o respectivo prefeito ou governador?", questionou.

Segundo o presidente, o reajuste de 33% é um meio de se valorizar 1,7 milhões de professores do ensino básico no Brasil que, de forma direta, estão envolvidos com 38 milhões de alunos.

Bolsonaro, que lembrou ser formado em educação física, disse "não precisou mais que poucos segundos" para decidir, com o ministro da Educação, Milton Ribeiro, que era justo conceder o aumento.

"Eu sempre fiz uma coisa na minha vida, sempre, aprendi cedo, quando servi em Nioaque, Mato Grosso do Sul: se colocar do outro lado do balcão", declarou.

Em resposta ao presidente, também no dia 27, a Confederação Nacional de Municípios (CNM) afirmou que, caso seja confirmado o reajuste, os municípios terão um impacto de R$ 30 bilhões, "colocando os entes locais em uma difícil situação fiscal e inviabilizando a gestão da educação no Brasil".

Estados e municípios arcam com a maior parte do custo da folha da educação básica. E, segundo a CNM, a medida busca "fazer palanque político" em ano eleitoral.

Hoje, Milton Ribeiro rebateu gestores locais e garantiu que não falta recursos e o governo federal pode socorrer, eventualmente, um gestor que não consiga cumprir esse montante.

"Me lembro, pouco antes do final do ano, ter sido procurado por alguns prefeitos e até governadores com dificuldades, devido ao montante de recursos para a educação que tinham, de usar. E me perguntaram o que agente pode fazer? Aí foram bônus, computadores, então, os recursos existem", garantiu.