Pandemia ‘criou’ quase 600 ultrarricos, segundo Oxfam

23/05/2022
Bilionários dos setores de alimentos e energia elevaram suas fortunas em US$ 1 bilhão a cada dois dias
Bilionários dos setores de alimentos e energia elevaram suas fortunas em US$ 1 bilhão a cada dois dias

Por Revista Formosa

O mundo possui quase 2,7 mil bilionários, 573 a mais do que em 2020. Juntos, eles possuem US$ 12,7 trilhões (um aumento de 40% em relação a dois anos), antes do início da pandemia de covid-19. Os dados foram divulgados no domingo 22 pela organização Oxfam (Comitê de Oxford para Alívio da Fome).

Os números são baseados nas classificações da revista Forbes das pessoas mais ricas do mundo e em dados do Banco Mundial. O relatório, no entanto, não traz a lista dos novos ultrarricos, mas destaca que a riqueza total dos bilionários do mundo é agora equivalente a 14% do Produto Interno Bruto global.

Segundo o comunicado, a fortuna dos bilionários aumentou nos primeiros 24 meses da pandemia mais do que em 23 anos. O setor de alimentos (com a alta de preços) criou 62 bilionários, mas também se destacam os empresários da indústria farmacêutica e da área de energia.

No relatório intitulado "A necessidade de taxar os ricos", a organização defende a taxação de grandes fortunas do planeta e adverte que os mais pobres estão sofrendo cada vez mais com a inflação.

Para fazer frente a esse problema, a Oxfam pede medidas fiscais, como a adoção de um imposto de solidariedade único sobre a nova riqueza adquirida pelos bilionários durante a pandemia, com o objetivo de utilizar os recursos obtidos para apoiar os mais pobres e conseguir "uma recuperação justa e sustentável" após a pandemia.

A organização também propõe um imposto temporário sobre os lucros extraordinários obtidos nos últimos anos pelas multinacionais dos setores alimentício, farmacêutico e petroleiro, por exemplo.

"Corporações farmacêuticas, como Moderna e Pfizer, estão lucrando US$ 1 mil a cada segundo apenas com o controle monopolista da vacina covid-19", segundo a Oxfam.