Menina que engravidou após ser estuprada pelo pai aos 12 anos entrega filho à adoção

08/02/2023

Criminoso já era acusado de matar a mãe da vítima

Menina estuprada pelo pai entregou filho à adoção - Foto: Getty Images
Menina estuprada pelo pai entregou filho à adoção - Foto: Getty Images

Por Revista Formosa

Uma menina que engravidou aos 12 anos, após ser estuprada pelo próprio pai em 2021, entregou o bebê à adoção em São Carlos, no interior de São Paulo, quatro meses após o nascimento.

Hoje aos 13 anos, a garota foi abusada dentro da própria casa. Ela relatou, em entrevista à EPTV, afiliada da Globo na região, que perdeu as contas de quantas vezes foi vítima da violência do criminoso.

"Ah, muitas vezes, eu não sei quantas, mas foram muitas. Tinha uma vez que ele abusou de mim a noite toda. Aí abusou de mim da noite até no outro dia de manhã", declarou.

Pai matou a mãe

O pai da vítima é acusado de matar a esposa, o que não impediu que as guardas da criança e de um irmão fossem entregues a ele. "Eu fui morar em uma quitinete com ele. Aí, acabou que eu estava dormindo e acordei com um peso em cima de mim", relatou.

"Ele matou a minha mãe de paulada. Aí eu achei que ele ia me tratar diferente, não ia fazer isso comigo. Igual um pai trata a sua filha, com amor e carinho, eu achei que ele ia fazer isso, mas eu vi errado."

Garota pensou em fazer aborto

A menina chegou a pensar em fazer aborto - permitido pela legislação brasileira em casos nos quais a gravidez é resultado de estupro -, mas desistiu.

"No começo sim, eu queria tirar. Só que depois que fez o primeiro ultrassom, que eu ouvi o choro dos bebês no hospital, eu não quis mais abortar. Eu falei que ia direto, com a gestação até o final", disse.

Entrega para adoção

Após uma gestação de risco, a criança nasceu saudável em uma cesariana. Quatro meses e meio após dar à luz, a mãe entregou o filho à adoção.

"Eu quero que ela seja feliz, que ela tenha uma vida boa, que ela estude e seja alguém na vida", afirmou.

Guarda da mãe

Ainda menor de idade, a mãe do bebê teve a guarda entregue a uma conhecida da família, responsável por relatar os abusos cometidos pelo pai.

"[Quando eu descobri] Eu desacreditei, eu desacreditei. Eu falei: 'Cara, eu não acredito que um pai tem a coragem de fazer isso com uma filha caçula dele'. Quem deveria proteger é quem abusa. Um ano abusando dela", contou a mulher.

Homem está foragido

Após investigação da Polícia Civil de Goiânia, onde aconteceu o crime, o pai da vítima foi indiciado por estupro de vulnerável, cárcere privado e abandono intelectual. A Justiça decretou sua prisão, mas ele escapou e segue foragido.

A filha aguarda por justiça. "Ele é um monstro. Eu tenho nojo dele. Por tudo que ele fez comigo e por ter matado minha mãe de paulada. Eu tenho nojo dele", comentou.

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